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22/10/2017 07:55:00
Em evento com Temer, vice-presidente da Fiems destaca relevância da produção sustentável no Pantanal

Da assessoria/LD

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Ao participar do encerramento do 2º Encontro Carta Caiman, no Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda (MS), neste sábado (21/10), quando o presidente da República, Michel Temer, assegurou recursos da ordem de R$ 4,6 bilhões para serem aplicados em várias medidas na área ambiental, entre elas, a recuperação da Bacia do Taquari, que há décadas sofre com o processo de assoreamento, o vice-presidente regional da Fiems, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, destacou a importância do setor produtivo na discussão sobre os avanços das políticas públicas que promovem o desenvolvimento sustentável na região do Pantanal Sul-Mato-Grossense.

“A Fiems tem uma preocupação muito grande com a questão ambiental e nossa participação aqui é para contribuir com o debate do ponto de vista da indústria. É um momento de reunir representantes do setor produtivo, setor governamental, universidades e ONGs para cada um expor seu ponto de vista porque não podemos focar apenas na preservar o Pantanal e nos esquecer das atividades industriais desenvolvidas na região”, afirmou Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, que participou do evento representando o presidente Sérgio Longen.

Além de assinar o decreto que regulamenta a conversão de multas aplicadas pelos órgãos ambientais federais em serviços de recuperação de áreas degradadas, o presidente Michel Temer assinou Medida Provisória que estabelece regras para as compensações ambientais em unidades de conservação. Anunciou também a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai, a criação do Comitê Interministerial do Taquari. E o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, assinou Portaria que tem como objetivo apoiar as ações para a conservação da região dos banhados de Bonito.

“Demos um passo para assegurar o futuro do Pantanal. E quando falo em desenvolvimento sustentável uso a palavra diálogo, e fiquei contente em saber que pela manhã produtores e aqueles que se dedicam ao meio ambiente estiveram reunidos discutindo a preservação do Pantanal. O que precisamos fazer no Brasil é juntar brasileiros com brasileiros e não contra. Temos que caminhar por essa trilha, juntar aqueles que são produtores com aqueles que preservam o meio ambiente e nem um nem outro fará nada sem antes haver um amplo diálogo”, afirmou o presidente Michel Temer.

Processo sem volta

Já o ministro Sarney Filho enalteceu o trabalho que está sendo feito para a preservação do Pantanal. “Demos início a um processo, sem volta, de destinação apropriada do Pantanal para as futuras gerações e principalmente para a melhoria das condições de vida das pessoas que aqui moram e que aqui tem o privilégio de desfrutar essa belíssima natureza”, afirmou o ministro.

Em seu discurso durante o evento e se dirigindo ao presidente Michel Temer, o governador Reinaldo Azambuja falou da importância da medida para a solução de um dos mais graves e antigos problemas ambientais de Mato Grosso do Sul, que é o assoreamento do Rio Taquari.

“Talvez uma das maiores conquistas para o meio ambiente brasileiro dos últimos tempos, que permite, através de uma legislação, poder fazer essa transformação de uma multa em serviços ambientais e recuperação do meio ambiente. Isso é tudo que precisávamos. Colocar como uma das prioridades nos editais a recuperação, talvez do maior desastre ambiental de Mato Grosso do Sul e um dos maiores do país, que é a recuperação do rio Taquari, sem sombra de dúvidas é um grande avanço”, disse o governador.

De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a Carta Caiman, assinada em outubro do ano passado reunia uma série de princípios. “Um desses princípios era encontrar um modelo de desenvolvimento econômico sustentável para o Pantanal. Existe uma discussão, que é até conflituosa, de que a princípio não poderia haver preservação do Pantanal com atividades econômicas. O que está sendo proposto é que as atividades no Pantanal já são secundárias e vão permanecer dessa forma”, ponderou.

Repercussão

A deputada federal Tereza Cristina Corrêa ressaltou a importância do setor produtivo na discussão. “A indústria faz parte desse setor produtivo e ela contribui com o debate quando a legislação pode afetar alguns municípios quanto a restrição na instalação de algumas indústrias. Ninguém é contra a preservação do Pantanal, muito pelo contrário, mas é preciso discutir a regulamentação das atividades que poderão ser realizadas no entorno do Pantanal, porque precisamos discutir a preservação, mas não podemos esquecer do desenvolvimento, caso contrário, teremos na região do Pantanal e entorno bolsões de pobreza”, salientou.

Na avaliação do superintendente do Sebrae, Cláudio Mendonça, a importância do evento é entrar num consenso entre preservação e desenvolvimento econômico. “Não podemos simplesmente proibir atividades, como indústrias, mas também não podemos deixar de preservar o meio ambiente. Acho que é uma boa discussão e as pessoas aqui presentes estão ponderadas com relação aos seus pontos de vista, porque todos aqui temos de caminhar juntos”, comentou.

Já o presidente da Famasul, Mauricio Saito, reforçou o homem pantaneiro como o principal responsável pela preservação do bioma Pantanal. “Nós temos hoje aqui um levantamento de mais 84% de preservação nativa dentro do Pantanal, graças ao homem pantaneiro. Temos de considerar que se há preservação, ela aconteceu graças ao produtor rural, homem pantaneiro.

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