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22/07/2020 16:59:00
“Estamos perdendo anciões”, lamenta indígena sobre morte por coronavírus em aldeias do MS

Midiamax/LD

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Casos e mortes causadas em decorrência do coronavírus aumentaram em aldeias de Mato Grosso do Sul. Três indígenas morrem com suspeita da doença, nesta terça-feira (21). Com parentes na região, moradores da Aldeia Marçal de Souza, em Campo Grande, lamentam a morte de anciões, detentores da cultura e história indígena no Estado.

O cacique, Josias Jordão Ramires, conta que a mãe esta internada em estado grave com a suspeita da doença. Ela também estava na Aldeia Bananal, no distrito de Taynay, em Aquidauana, distante a 135 quilômetros da Capital, onde uma das vítimas fatais morava.

“Desde sexta-feira (17) ela está entubada, sedada, com febre. Ainda não saiu o resultado dos exames, mas é uma situação que preocupa demais. Ela é diabética e tem hipertensão. Ela foi há um mês cuidar da minha avó, que é de idade. Os casos aumentaram muito, estamos vulneráveis e não sabemos o que fazer para conter o vírus”, disse.

COTIDIANO “Estamos perdendo anciões”, lamenta indígena sobre morte por coronavírus em aldeias do MS Indígenas de aldeia urbana em Campo Grande relata alta vulnerabilidade por falta de assistência do poder público. Karina Campos e Ranziel Oliveira Em 16h30 - 22/07/2020

Aldeia Marçal de Souza, em Campo Grande. (Foto: Leonardo França) Casos e mortes causadas em decorrência do coronavírus aumentaram em aldeias de Mato Grosso do Sul. Três indígenas morrem com suspeita da doença, nesta terça-feira (21). Com parentes na região, moradores da Aldeia Marçal de Souza, em Campo Grande, lamentam a morte de anciões, detentores da cultura e história indígena no Estado.

O cacique, Josias Jordão Ramires, conta que a mãe esta internada em estado grave com a suspeita da doença. Ela também estava na Aldeia Bananal, no distrito de Taynay, em Aquidauana, distante a 135 quilômetros da Capital, onde uma das vítimas fatais morava.

“Desde sexta-feira (17) ela está entubada, sedada, com febre. Ainda não saiu o resultado dos exames, mas é uma situação que preocupa demais. Ela é diabética e tem hipertensão. Ela foi há um mês cuidar da minha avó, que é de idade. Os casos aumentaram muito, estamos vulneráveis e não sabemos o que fazer para conter o vírus”, disse.

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Alerta: 93% dos leitos de UTI do SUS na região de Campo Grande estão ocupados

Sem visitas de agentes de saúde ou suporte do poder público, o líder também explica que uma das formas de manter os moradores informados é enviar vídeos através do WhatsApp sobre a doença e como se cuidar. “A gente tenta fazer o básico, pedindo para evitar aglomeração, uso de máscara e álcool em gel, mas precisamos que exames de testes rápidos sejam feitos. e não depois de confirmado.”

O filho do vice-cacique, Brayan Dias, 20, disse que pessoas da aldeia foram ao velório das vítimas de coronavírus no interior, para se despedir. Ele ressalta que a maior parte dos indígenas trabalha informalmente e com atendimento ao público, aumentando as chances de contaminação.

“Em média, dentro de cada terreno moram duas famílias, se um pegar, todos pegam (Covid-19). Até o momento, não temos apoio. É triste porque estamos perdendo anciões, histórias, livros vivos, com a nossa cultura, raízes, ficando à deriva”, lamentou.

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