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21/02/2019 08:48:00
Flamengo não prevê indenização a atletas e funcionários que escaparam de incêndio

O Globo/LD

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A diretoria do Flamengo colocou como prioridade máxima resolver sem ações judiciais as indenizações às família das dez vítimas fatais do incêndio no Ninho do Urubu. Se os três jovens feridos também terão uma compensação financeira, os demais, que escaparam, assim como quatro funcionários do clube, por enquanto terão apenas acompanhamento emocional.

Segundo O GLOBO apurou, o clube não prevê um acordo indenizatório para os atletas que não se feriram, assim como para os funcionários da limpeza e um segurança que ajudou no resgate. Todos estão recebendo apoio psicológico e tiveram atendimento médico à disposição. Mas a diretoria pretende manter os funcionários no clube dando o auxílio que for possível. Compensações financeiras, no momento, não estão na pauta.

O mesmo suporte emocional será mantido para os meninos que escaparam com vida da tragédia. No quarto com 26 garotos, 13 sobrevireram e seguem longe das atividades no clube. Assim como a categoria de base como um todo. O Flamengo quer colocar toda a sua estrutura e pessoal à disposição desses atletas e familiares. Por enquanto, contudo, não há conversas sobre indenizações para este grupo.

Famílias de vítimas seguem com apoio emocional e financeiro

Antes mesmo das conversas por uma tentativa de acordo, o clube se comprometeu a dar uma ajuda de custo para as famílias das vítimas no valor de R$ 5 mil. Além disso, o suporte médico e psicológico não foi interrompido após os funerais das vítimas.

Em que pese todo o auxílio no qual o Flamengo está comprometido, a divulgação por parte da Defensoria Pública dos valores de indenização oferecidos às famílias das vítimas gerou uma onda de críticas contra a diretoria rubro-negra, que se apressa em ficar cara a cara com os parentes.

A ideia é ouvir os advogados e representantes dos atletas e propor um valor acima do que foi divulgado pela Defensoria Pública.

Segundo o órgão, o Flamengo ofereceu de R$ 300 mil a R$ 400 mil de indenização por atleta morto, mais salários mínimos por dez anos pagos às famílias. Enquanto isso o Ministério Público do Trabalho sugeriu R$ 2 milhões e o pagamento de salários de R$ 10 mil até o momento que o atleta completaria 45 anos, ou seja, por mais trinta anos em média.

O clube não confirma, e a informação de bastidor é que uma proposta sigilosa e mais vantajosa foi a última apresentada ao Ministério Público. No entanto, nenhum valor foi escrito, apenas passado verbalmente. O Flamengo entende que o MP não representa as famílias e estava agindo com uma postura em tom ameaçador. Por isso, preferiu trabalhar a mediação em outra instância. Mesmo assim, a diretoria não vai limitar o trabalho de nenhuma autoridade fiscalizadora.

Com o novo núcleo de mediação já protocolado no Tribunal de Justiça do Rio nesta quarta-feira, sob os cuidados do desembargador Cesar Cury, a diretoria do Flamengo marcou reunião urgente para esta quinta-feira com as famílias das vítimas da tragédia no Ninho do Urubu. O encontro com todos os representantes será às 14h.

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