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15/10/2019 14:25:00
Governo diz que todas as praias de Sergipe voltaram a ser atingidas por manchas de óleo após limpeza

G1/LD

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Todas as 17 praias do litoral sergipano, uma soma de 197 quilômetros, que foram atingidas pelas manchas de óleo em algum momento desde o dia 24 de setembro, apresentaram reincidência da substância após serem limpas por equipes comandadas pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). Segundo o órgão, só na capital, 231 toneladas do resíduo já foram recolhidos até a manhã desta terça-feira (15).

"Em maior ou menor proporção, todas as praias do nosso litoral apresentaram novamente as manchas", disse o diretor-presidente do órgão, Gilvan Dias.

Nesta segunda-feira (15), foram registradas novas manchas nas praias da Coroa do Meio, Artistas, Atalaia, Aruana, Refúgio e Viral, em Aracaju, além de Pacatuba, Pirambu, Jatobá, Porto, Atalaia Nova e Praia da Costa, no litoral Norte.

O processo de limpeza para retirada permanece sendo feito diariamente em todo o litoral. O material recolhido é enviado para uma unidade da Petrobras em Carmópolis.

A análise da água, também feita periodicamente pela Adema, atesta a balneabilidade das praias, mas a recomendação aos banhistas é evitar o contato com as manchas.

Praias sergipanas

Litoral Norte

Pacatuba: Ponta dos Mangues

Pirambu: Praia de Pirambu

Barra dos Coqueiros: Atalaia Nova, Boca da Barra, Costa, Jatobá

Litoral Sul

Aracaju: Artistas, Coroa do Meio, Atalaia, Aruana, Náufragos, Refúgio, Sarney e Viral

Itaporanga D'ajuda: Caueira

Estância: Abaís e Saco

Situação de emergência

No dia 5 de outubro, o estado de Sergipe decretou situação de emergência, que foi reconhecida pelo governo federal nesta segunda-feira (14) e publicada nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU). Os municípios são: Aracaju, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Estância, Itaporanga D`Ajuda, Pacatuba e Pirambu.

A substância já toma 166 localidades de nove estados nordestinos. O desastre já atingiu ao menos 12 unidades de conservação do país, incluindo a Reserva Biológica de Santa Isabel, no município sergipano de Pirambu, que abriga a área prioritária de desova de tartarugas marinhas. Além disso, desde o início de outubro, a soltura das tartarugas está suspensa em Sergipe. A situação também afeta o turismo e as comunidades pesqueiras.

Determinação judicial

A Justiça Federal em Sergipe determinou que a União proteja, em 48 horas, medidas de proteção aos rios de Sergipe contra o avanço das manchas. A decisão se baseia em um pedido do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE), que diz que a União deve se responsabilizar pela instalação das barreiras nos rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza Barris e Real. Devido à emergência do caso, a Justiça dispensou o Governo Federal de fazer licitação para comprar os equipamentos. A multa, em caso de descumprimento, é de R$ 100 mil por dia.

O prazo encerrará nesta quarta-feira (16), já que a Advocacia-Geral da União foi notificada na segunda-feira (14).

No último sábado (12), o estado instalou barreiras de contenção no Rio Vaza-Barris, ao custo de R$ 7 mil por dia, até que a situação seja resolvida.

Ainda na segunda, o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, disse que irá cumprir a determinação, mas afirmou que as barreiras não seriam eficientes para a contenção. Nesta terça-feira, o diretor-presidente da Adema rebateu a alegação.

Emergência

No dia 5 de outubro o governo estadual decretou situação de emergência, e o Projeto Tamar suspendeu a soltura de filhotes de tartarugas marinhas por conta do problema. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro determinou uma investigação sobre as origens do óleo.

Além disso, as manchas atingiram a área de praia do maior berçário de tartarugas da espécie oliva do país, na reserva Santa Isabel, que fica em Pirambu.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, veio a Aracaju nesta segunda-feira (7), para avaliar o litoral sergipano.

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