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27/11/2018 08:56:00
Justiça ouve testemunhas e réus em primeira audiência sobre crime

G1/LD

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A primeira audiência de instrução do caso Vitória Gabrielly será realizada na tarde desta terça-feira (27), no Fórum de São Roque (SP). De acordo com o Tribunal de Justiça, serão ouvidas 11 testemunhas de acusação, nove de defesa e os três réus presos pelo crime.

O casal Bruno Marcel de Oliveira e Mayara Borges de Abrantes, e o servente de pedreiro Júlio César Lima Ergesse serão levados da Penitenciária de Tremembé, onde estão presos desde junho, para o Fórum.

A audiência começa às 13h30 e será fechada ao público, pois o caso está sob segredo de Justiça. De acordo com a Vara Criminal de São Roque, após todas as testemunhas serem ouvidas, os réus serão interrogados.

Somente ao fim da audiência o juiz Flávio Roberto de Carvalho vai anunciar quando os três réus devem ser julgados e se serão levados a júri popular.

Os três réus foram denunciados pelo Ministério Público por sequestro qualificado, homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima e ocultação de cadáver. Para a Polícia Civil, não há dúvida de que os três presos participaram do crime.

Neste mês, o G1 teve acesso ao laudo que concluiu que as digitais de Júlio Erguesse não foram encontradas nos carros periciados. Entretanto, outro laudo apontou que o DNA da menina foi encontrado nas unhas do servente de pedreiro.

Entenda o caso

Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, foi encontrada morta em uma área de mata de Araçariguama (SP) oito dias após desaparecer. A menina havia saído de casa para andar de patins quando câmeras de segurança registraram as últimas imagens dela viva.

As buscas por Vitória mobilizaram moradores de toda a região. Os policias percorreram várias cidades, contando com a ajuda de cães farejadores e de equipes do Comando de Operações Especiais (COE). O Estado chegou a oferece recompensa de R$ 50 mil para quem tivesse informações sobre o paradeiro da garota.

O corpo de Vitória Gabrielly foi localizado após a PM ser acionada pelo 190. Ao lado da menina, que vestia as mesma roupa do dia em que desapareceu, foi encontrado o patins usado por ela. O enterro da garota reuniu cerca de duas mil pessoas.

Laudos periciais apontaram que a menina foi morta estrangulada e tentou se defender da "morte violenta".

O primeiro a ser detido por participação no crime foi Júlio César, após ele apresentar seis versões diferentes sobre o desaparecimento de Vitória. De acordo com a polícia, ele apontou o casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes como responsável por transportar a menina dentro de um carro.

Em um áudio, Júlio contou que Vitória Gabrielly pediu ajuda e estava desesperada quando foi raptada na rua.

O casal nega participação no assassinato e Júlio afirma que apenas estava no carro quando a menina foi raptada. Entretanto, de acordo com a polícia, cães farejadores apontaram que Bruno esteve na mata onde o corpo da garota foi encontrado.

Conforme a investigação, Vitória Gabrielly foi morta por engano, pois o alvo seria outra menina. Uma testemunha contou que devia R$ 7 mil a um traficante e estava recebendo ameaças de morte. Ainda segundo o homem, ele tem uma irmã com as mesmas características físicas de Vitória.

De acordo com o MP, o crime foi cometido mesmo após os suspeitos saberem que tinham pegado o alvo errado.

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