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27/04/2017 14:32:00
Lutador acusado de matar hóspede de hotel em MS chora e diz não se lembrar de surto em presídio

G1/LD

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O lutador de jiu-jitsu Rafael Martineli de Queiroz, acusado de matar o engenheiro Paulo Cesar Oliveira, de 40 anos, chorou quando o juiz perguntou sobre o uso de medicamentos controlado durante o julgamento nesta quinta-feira (27). O réu também disse não se lembrar de um surto dentro do presídio de trânsito em um dia de visita.

“Tomo até hoje, só não tomo sibutramina”, disse o lutador ao juiz Carlos Alberto Garcete.

O juiz lembrou do episódio em que o chefe de disciplina do Presídio de Trânsito foi chamado pelos colegas de cela do lutador, ainda pela manhã em um dia de visita, porque Rafael estava tendo um surto.

Segundo o registro, ele estaria dizendo palavras sem nexo e chegou a fazer os colegas de cela de peso para ginástica. Nesse mesmo dia, ele teria fica de cuecas e corrido de um lado para o outro, ameaçado os outros detentos. O irmão de Rafael que o visitava não conseguiu acalmá-lo e ele teve de ser algemado. O Corpo de Bombeiros foi chamado para medicá-lo.

Sobre esse episódio o lutador foi categórico: “Eles que me contaram”. “Teve um episódio do CT e meu filho estava para nascer e eu estava preso. Eu não sei se a cadeia pesou. Eles falaram que queria ir embora, queria treinar era rotina né”, disse o lutador em depoimento.

Depois do depoimento do réu, o magistrado suspendeu o julgamento para o almoço. O júri popular é realizado nesta quinta-feira (27), em Campo Grande. A viúva do engenheiro Juliana Oliveira acompanha de perto o julgamento do lutador.

Denúncia

A denúncia do Ministério Público Estadual foi oferecida à Justiça no dia 11 de maio de 2016 por homicídio qualificado por meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Rafael é acusado de matar o engenheiro com uma cadeira e continuou agredindo a vítima até a morte, após uma briga com a namorada.

Na ocasião, ele pesava cerca de 140 kg e tem quase 2 metros de altura. Segundo a polícia, o engenheiro foi morto "de graça".

A Justiça afastou a qualificadora de motivo torpe, pois até então não havia esclarecimento sobre o motivo que teria levado o acusado a cometer o crime. As qualificadoras de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima foram mantidas.

De acordo com o juiz responsável pelo júri, Carlos Alberto Garce, "o perito concluiu que o acusado é semi-imputável, mas o Ministério Público e a defesa podem questionar o laudo. No final quem vai decidir será o jurado se ele pode responder pelo crime ou se pode ser absolvido. O Conselho de Sentença que dará a última palavra".

A namorada de Rafael à época, Carla Dias, é testemunha de defesa. Ela diz que antes do crime ele estava "incontrolável". A defesa diz que o comportamento agressivo do lutador surpreendeu a família e amigos dele e fala em inimputabilidade.

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