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13/04/2021 14:29:55
Mato Grosso do Sul tem o menor número de queimadas em três anos

Correio do Estado/LD

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De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso do Sul tem o menor índice de queimadas nos últimos três anos, no intervalo de 1º de janeiro a 11 de abril, com 359 focos de incêndio.

Em 2019 e 2020, os números foram de 1.274 e 1.005, respectivamente. Corumbá costumava ser um dos municípios brasileiros com os maiores registros de focos no relatório do Instituto, mas, até o momento, nenhuma cidade do Estado consta entre o ranking da instituição.

Apesar do índice positivo, a tendência é de que o período de seca no Pantanal seja ainda mais intenso este ano.

Os dados deste ano tiveram uma queda de 71% em relação a 2020. Só não foram menores que os de 2018, quando apenas 296 focos foram registrados em todo Mato Grosso do Sul. Mesmo com a redução, o Estado foi o sétimo com mais focos em todo o País. Ficando atrás de Mato Grosso, Bahia, Pará, Maranhão, Roraima e Minas Gerais.

Conforme o meteorologista Natálio Abrahão, os meses de abril e maio devem continuar sem chuva, diminuindo a umidade relativa do ar.

“Estamos há mais de 18 dias sem chuva, na tarde de segunda-feira foi registrada uma garoa, mas insignificante e não deve passar disso, não teremos chuva neste mês, a tendência é continuar assim pelo menos até maio. Em consequência disso, a umidade relativa do ar deve baixar ainda mais, causada pela ausência de chuva e estiagem”.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), serão investidos R$ 53 milhões e demais ações do governo do Estado para a prevenção e melhor enfrentamento aos incêndios florestais ao longo de 2021 em Mato Grosso do Sul.

A 9ª Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios, promovida pela Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS), tem como tema “Fogo Zero” este ano.

O intuito é conscientizar a sociedade civil de forma constante sobre a prevenção contra os focos de incêndio, fornecendo capacitação à população rural por meio de informações sobre as perdas e danos provocados pelas queimadas.

PANTANAL

Em 2020, mais de 4,5 milhões de hectares do Pantanal foram devastados pelo fogo, e de acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), quase 60% dos focos foram ocasionados por ação humana, com possibilidade de ligação a atividades agropastoris.

Conforme levantamento técnico, do total de áreas consumidas, 2 milhões de hectares estavam em Mato Grosso do Sul, abrangendo nove municípios, 722 propriedades inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), 11 unidades de conservação e três terras indígenas.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Estado registrou 12.080 focos de incêndio no ano passado, um aumento de 8% em relação a 2019, ano em que 11.653 focos foram contabilizados.

A maior parte dos focos, 69,75%, teve início em áreas de vegetação rasteira e pastagens, comuns em propriedades rurais, e 30,25% em áreas de vegetação nativa. O ano de 2020 registrou o maior número de queimadas no Pantanal desde o fim da década de 1990, quando se iniciou o monitoramento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Este ano, com exceção de algumas regiões mais baixas em Corumbá, as chuvas de outubro a março nas partes altas, ao norte, não foram suficientes para restaurar o ciclo natural das águas. Nos locais mais devastados pelo fogo no ano de 2020, entre Corumbá e Poconé (MT), a lenta recuperação dos níveis dos rios mantém o solo e a vegetação como pólvora.

Nessa região, onde há grandes extensões de campos e matas, o volume de chuvas foi inferior às médias anuais. De acordo com o diretor da Ecologia e Ação (Ecoa), Alcides Faria, este ano, o nível das águas no Pantanal continua muito baixo.

“Os gráficos diários da Marinha do Brasil para o rio Paraguai evidenciam a situação – menos água, mais espaço para o fogo avançar e em muitos casos dando mais espaço de pastagem”, afirmou o diretor.

Faria ainda ressalta a necessidade de um planejamento de ações completas, a começar por informações claras para a sociedade de forma educativa.

“Outra área, todos deveriam saber, incluindo os incendiários, é a de fiscalização ordenada, com distribuição por regiões, que, sabe-se, estão mais sujeitas a incêndios a cada ano. Fundamental que o Ibama Prevfogo seja o órgão a liderar o processo de combate”.

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