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14/12/2018 15:53:00
Polícia diz que atirador da Catedral tinha arsenal e divulga novos trechos de diário: 'fazer algo grande'

G1/LD

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A Polícia Civil afirmou na tarde desta sexta-feira (14) que o atirador da Catedral Metropolitana de Campinas (SP) preparava um arsenal, após encontrar munições e quatro carregadores sem uso durante nova vistoria no quarto dele, em um condomínio de Valinhos (SP). Além disso, segundo delegados do caso, novos trechos avaliados do "diário" escritos por Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, indicam que ele queria "fazer algo grande" e "provoque a necessidade do estado fazer uma investigação".

O atirador de 49 anos foi à igreja na tarde de terça-feira, abriu fogo contra fiéis durante a missa, matou cinco pessoas e cometeu suicídio, na sequência. Outras três ficaram feridas. Trechos do diário

Em coletiva realizada na tarde desta sexta-feira, os delegados José Henrique Ventura e Hamilton Caviola destacaram que os novos trechos do diário divulgados foram escritos por Grandolpho no ano passado. Segundo a Polícia Civil, em um dos momentos ele também destaca falta de dinheiro dado pelo pai, e menciona a sigla PUBG, que trata-se de um jogo de tiro.

"Tenho que fazer algo 'grande' p/q [sic] isso provoque a necessidade do 'estado' fazer uma investigação rigorosa do q. [sic] aconteceu e quem são os verdadeiros culpados", diz trecho.

Para a polícia, o bilhete indica insatisfação do atirador com o retorno da instituição após ter registrado boletins sobre supostas perseguições. De acordo com os delegados, em uma das vezes ele deixou o 5º Distrito Policial irritado após ser questionado sobre imagens da denúncia.

"Comecei a ver 'live' 'PUBG'. Depois de /- 3 minutos elas invadem e começam a interferência [escandalosa, por sinal]. Depois de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma]. Pararam na hora. Liguei o rádio.", diz outro texto do atirador. Segundo a polícia, este trecho também desmonstra que o atirador se sentia perseguido e, para "proteção", carregou a pistola 9 milímetros que ele tinha em casa. Este trecho também foi escrito no ano passado, informaram os delegados.

As munições encontradas na casa do atirador são antigas, e no imóvel também foi localizada uma porção de maconha e recortes de jornal que tratam sobre "depressão" e "suicídio".

Além de ouvir depoimentos de parentes e amigos de Grandolpho, a polícia planeja pedir informações ao Ministério Público e aguarda resultados de perícias feitas nos materiais apreendidos. Novos trechos do diário foram apreendidos quinta-feira, mas não foram divulgados.

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