Quinta-Feira, 15 de Maio de 2025
Geral
09/05/2025 15:22:00
Renda mensal de beneficiários do Bolsa Família é 64% menor do que a média em MS
Em 2024, o rendimento médio mensal domiciliar per capita das pessoas de Mato Grosso do Sul que recebiam o Bolsa Família foi de R$ 843

CE/LD

Imprimir

Em 2024, o rendimento médio mensal domiciliar per capita das pessoas de Mato Grosso do Sul que recebiam o Bolsa Família foi de R$ 843, valor 64% menor do que aqueles que não recebiam o benefício, cuja média foi de R$ 2.372,. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua - divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8).

A diferença demonstra o impacto das transferências de renda no perfil econômico das famílias mais vulneráveis.

Na comparação com as outras Unidades da Federação, Mato Grosso do Sul ocupa a sexta posição do país. Mato Grosso aparece em primeiro lugar, com R$ 968, de rendimento médio mensal real domiciliar per capita das pessoas que recebiam o Bolsa Família, seguido por Goiás, com R$ 914. Já o Ceará e Pernambuco aparecem nas últimas colocações, com R$ 597 e R$ 596, respectivamente.

O levantamento mostra ainda que quem recebia o BPC-LOAS teve rendimento médio de R$ 1.320, contra R$ 2.150 daqueles que não recebiam o benefício. Já os beneficiários de outros programas sociais alcançaram média de R$ 858, enquanto os que não recebiam nenhum tipo de auxílio social ficaram com rendimento médio de R$ 2.150.

Já na comparação dos beneficiários de outros programas sociais, MS aparece na 12ª colocação, enquanto o Rio Grande do Sul figura em primeiro, com rendimento médio de R$ 1.626, seguido por Santa Catarina, com R$ 1.529 de rendimento médio. Os estados do Amazonas e Ceará aparecem nas últimas colocações, com renda média de R$ 570 e R$ 537, respectivamente.

Pagamentos do Bolsa Família

Benefício de Renda de Cidadania (BRC): R$ 142 por integrante da família. Benefício Complementar (BCO): Valor adicional para assegurar o mínimo de R$ 600 por família.

Benefício Primeira Infância (BPI): Acréscimo de R$ 150 para cada criança com menos de sete anos.

Benefício Variável Familiar (BVF): Extra de R$ 50 para gestantes e crianças/adolescentes entre sete e dezoito anos incompletos.

Benefício Variável Familiar Nutriz (BVN): Adicional de R$ 50 para cada membro da família com até sete meses de idade.

Recorde

O percentual de domicílios com beneficiários do programa social Bolsa Família bateu recorde em Mato Grosso do Sul no ano passado, segundo a PNAD Contínua.

Conforme a pesquisa, em 2023, quando a nova versão do programa foi implementada, a proporção de domicílios com beneficiários foi de 12,5%. Já em 2024, o percentual chegou ao maior patamar da série histórica, com 13,2%, sendo 136 mil famílias recebendo o benefício.

Em 2019, ano que antecedeu a pandemia, essa proporção havia caído para 8,8%. No ano seguinte, com a presença do Auxílio Emergencial, a proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa Família caiu para 6,2%.

Em 2021, com a flexibilização das medidas sanitárias, o Auxílio Emergencial passou por mudanças, como a redução no número de parcelas e do valor médio recebido pelos beneficiários e o percentual de domicílios que recebiam Bolsa Família chegou ao menor patamar da série histórica, de 4,9%.

Em 2022, esse comportamento se intensificou, com o fim do Auxílio Emergencial e a substituição do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, chegando a 16,9%.

Ainda segundo a pesquisa, Mato Grosso do Sul é o 6º estado com maior percentual de domicílios que recebem o Bolsa Família no Brasil.

A nível nacional, o estado com maior percentual de beneficiados é o Maranhão, com 41,3%, enquanto o menor é Santa Catarina, com 4,4%.

Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda do Brasil, com um modelo de benefício que considera o tamanho e as características familiares, por exemplo, aquelas com três ou mais pessoas recebem mais do que uma pessoa que vive sozinha.

Para ter direito ao Bolsa Família, a principal regra é que a renda de cada pessoa da família seja de, no máximo, R$ 218 por mês. Por exemplo, se apenas um integrante da família tem renda e recebe um salário mínimo (R$ 1.518), e nessa família há sete pessoas, a renda de cada um é de R$ 216,85. Como está abaixo do limite de R$ 218 por pessoa, essa família tem o direito de receber o benefício.

Para receber, é preciso estar inscrito no Cadastro Único, com os dados corretos e atualizados.

Esse cadastramento é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios, como os CRAS. É preciso apresentar o CPF ou o título de eleitor.

Mesmo inscrita no Cadastro Único, a família não entra imediatamente para o Bolsa Família. Todos os meses, o programa identifica, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas e que começarão a receber o benefício.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias