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ImprimirConhecida como "ludopatia" o vício em jogos é considerado uma patologia e, por meio de uma ação conjunta, entra agorana mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul em um planejamento com a Secretaria de Estado de Educação (SED), que querem juntos barrar a prática de apostas on-line por alunos da rede pública.
Esse plano começa a ser desenhado após reunião que envolveu o Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), Romão Avila Milhan Junior, com o secretário titular da SED, Hélio Queiroz Daher.
Além deles, estiveram presentes a Procuradora de Justiça e Coordenadora do Núcleo da Educação, Vera Aparecida Cardoso Bogalho Frost Vieira, e a Promotora de Justiça Paula da Silva Volpe.
Entre outros assuntos, como a qualificação para colocar imigrantes no mercado de trabalho, o encontro entre os poderes tratou de uma preocupação crescente graças a uma prática cada vez mais presente na Rede Estadual de Educação (REE): o uso de plataformas de apostas on-line por estudantes.
Crescente de apostas na REE
A estratégia de prevenção é tida como prioritária, como frisa do Departamento de Comunicação do MPMS, justamente porque uma crescente do número de "estudantes apostadores" tem sido observada pela pasta estadual.
Conforme a Secretaria de Estado de Educação, o intuito da reunião é buscar alternativas, já que é necessário um foco em conscientizar esses estudantes sobre os riscos das apostas on-line.
Para o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, é importante ampliar essa abordagem aos alunos, que essas campanhas se estendam também e principalmente aos pais.
Ainda segundo o MPMS, as ações precisam tocar os pais para que esses, sim, impeçam que esses alunos consigam acessar tais plataformas, com um maior controle de conteúdo para prevenir que tais práticas cheguem ao ambiente da comunidade escolar.
Vício em apostas
Há tempos em Campo Grande, antes mesmo de se tornar febre com o divulgação por parte dos influenciadores digitais, os chamados Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) já recebiam e tratavam pessoas que eventualmente apareciam com a sintomas da "ludopatia".
Dados compilados pela Sesau, publicados pelo Correio do Estado em novembro de 2024, mostram que 42 pacientes buscaram atendimento em alguma unidade do CAPSem Campo Grande entre março e outubro do ano passado. Na ocasião, a coordenadora da rede de saúde mental da Sesau, Gislayne Budib, detalhou alguns dos sintomas que podem levar as crianças e adolescentes a buscarem uma espécie de "refúgio" nas apostas online, como:
Angústia e dificuldades na escola;
Desempenho reduzido nos estudos;
Mudança nos padrões de sono, alimentação ou relações sociais;
Sentimentos de raiva, desesperança, solidão, desvalia e isolamento social;
Ideação suicida.
Ao fim de 2024, o Ministério da Saúde distribuiu uma nota técnica nas secretarias de saúde, trazendo orientações sobre o atendimento a usuários de jogos online, sendo divulgada 17 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) e 74CAPS.
Com atendimento médio de 1,3 mil consultas ambulatoriais de saúde mental e 2 mil atendimentos mensais, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) aponta que as unidades de funcionam 24 horas.