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25/10/2018 08:16:00
Senai de MS recebe auxílio do Senai de MG para implantação do “Lean Educacional”

Da assessoria/LD

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Pensando em aumentar a produtividade dos alunos nas aulas práticas, aumentando a qualidade do ensino e otimizando recursos, a equipe educacional do Senai de Mato Grosso do Sul recebeu, nesta quarta-feira (24/10) e quinta-feira (25/10), a visita do analista de projetos educacionais do Senai mineiro, Marcos Newton Junior Moreira Mendes, para receber auxílio na implantação do projeto Lean Educacional.

Segundo Marcos Newton Mendes, o projeto foi baseado no Programa Brasil Mais Produtivo, desenvolvido pelo Senai com foco em melhoria de produtividade nas indústrias e que já está presente em 70 unidades da instituição no País. “Foi uma metodologia que desenvolvemos a partir do Brasil Mais Produtivo tentando identificar os desperdícios existentes na parte prática das aulas do Senai e identificamos que os alunos têm um aproveitamento médio de um terço do que é proposto, ou seja, se temos 300 horas aula, o aluno aproveita apenas 100 horas e 200 horas são desperdiçadas”, explicou.

Dentro do desperdício, o analista do Senai de Minas Gerais aponta excesso de processamento, movimentação, conversas, atrasos e outras coisas. “Então o trabalho é identificar esses desperdícios e quebrar esse paradigma. É programa muito válido porque ele, além de dar um resultado de qualidade para o aluno, terá um impacto direto na indústria, porque já estamos formando um profissional com essa ideia de produtividade”, completou.

Na avaliação da gerente de educação do Sistema Fiems, Simone Cruz, o projeto será implantado inicialmente como um curso piloto nas unidades do Senai de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Naviraí e Três Lagoas. “É uma normativa para ganharmos qualidade de gestão e organização que tem de fazer parte da metodologia de aprendizados dos alunos. Ter isso dentro do dia a dia da sala de aula só traz para o Senai maior qualidade na formação dos jovens. Não vamos dar um curso de lean manufacturing ou manufatura enxuta, mas vamos fazer com que isso faça parte do dia a dia da sala de aula, mudando toda uma postura de organização institucional, a performance dos professores e o aprendizado dos alunos”, afirmou.

Segundo o gerente do Senai de Campo Grande, Hélio Pereira Vilaça, o projeto será iniciado na unidade pelo curso de metal mecânica. “Vamos utilizar a ferramenta utilizada no Brasil Mais Produtivo, que agora será aplicada na área da educação. Isso vai trazer uma redução dos nossos custos, eliminando os desperdícios. Vemos isso com bons olhos e já estamos formando multiplicadores para expandirmos para todos os cursos, porque além da redução dos custos, já preparamos o aluno para essa metodologia que é utilizada nas indústrias”, ressaltou.

Como Surgiu o “Pensamento Lean”

Na década de 80, pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology – MIT –, vinculados ao International Motor Vehicle Program – IMVA –, realizaram um criterioso e profundo trabalho de pesquisa nas organizações do setor automobilístico localizadas nos EUA, Europa, Japão e Coreia do Sul. Essa pesquisa foi publicada em 1990 por J. Womack, D. Jones e D. Roos através do livro “The Machine That Changed the World”.

A citada pesquisa identificou principalmente nas indústrias automobilísticas asiáticas, boas práticas na gestão dos negócios, nas relações com parceiros e na eficácia dos sistemas de gestão e manufatura. Várias dessas práticas foram identificadas como as responsáveis pelo êxito de algumas empresas analisadas, principalmente as japonesas. A Toyota foi a que se apresentou com técnicas e modelos de gestão e de produção mais eficazes.

A contextualização e sistematização dessas práticas, com foco integrado na produção e no consumo, tendo o produto como elo, foram denominadas de Pensamento Lean. O termo lean (enxuto) foi utilizado inicialmente por J. Krafcik, pesquisador do IMVP. Um roteiro inicial para o entendimento do Pensamento Lean foi proposto por J. Womack e D. Jones no livro “Lean Thinking”. Os autores expandiram a utilização do Pensamento Lean a outros setores e o sistematizaram em cinco princípios: valor, cadeia de valor, fluxo da cadeia de valor, produção puxada, e busca da perfeição.

No livro Sistema de Produção Lean Manufacturing, desse autor, e cuja 2ª edição foi publicada recentemente, o Pensamento Lean é delimitado, com o suporte da filosofia Just-in-Time, independente do setor organizacional, pelos ciclos de produção e de consumo e associado a oito técnicas ou programas para ações de melhoria e de redução de custos, associadas a quatro focos: foco nas estruturas do Programa 5S e células de produção; foco na mão de obra Poka Yoke (prevenção de falhas humanas) e Jidoca (autonomação); foco nos equipamentos de troca rápida de ferramentas (redução Setup) e manutenção produtiva total; e foco nos movimentos Sistema Kanban (movimentos internos) e Milk Run (movimentos externos).

O Pensamento Lean tem como objetivo principal “enxugar” todas as etapas do processo, ao eliminar desperdícios, o que não agrega valor ao produto (bem ou serviço), nas mais diversas atividades organizacionais. Sua utilização vem sendo frequente e plena nos setores industrial, hospitalar, educacional, entre outros. Procure conhecer, aprender e aplicar o Pensamento Lean. Os resultados serão imediatos e gratificantes. Seus acionistas e seus clientes vão agradecer.

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