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Geral
30/04/2016 13:19:00
Urgência de envio de dados ao CAR é debatida em lançamento de publicação da WCS
Hoje não falta informação para que o produtor faça o cadastro

Da redação/PCS

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Às vésperas do fim do prazo de envio de dados ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), a urgência da adesão de proprietários rurais foi tema de evento nesta sexta-feira em Campo Grande (MS) promovido pela ONG de conservação ambiental WCS Brasil, Comissão do Meio Ambiente (Comam) da Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional MS) e Frente Ambientalista Parlamentar.

No evento, em que foi lançada a segunda edição da revista Ciência Pantanal, organizada pela WCS Brasil, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck, disse que uma eventual prorrogação do prazo para que os proprietários enviem os dados de suas fazendas seria prejudicial. Segundo ele, se isso acontecer, ele pode desmobilizar parte da equipe da secretaria que está atuando para incentivar a inscrição.

“Nossa equipe percorreu todas as cidades do estado. Hoje não falta informação para que o produtor faça o cadastro. Temos 25 mil propriedades cadastradas”, disse o secretário. “Uma prorrogação é quase que jogar o CAR fora. Eu mesmo desmobilizaria a minha equipe”, completou.

O prazo final para os proprietários aderirem ao CAR se encerra em 5 de maio e, recentemente, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que ele não deve ser prorrogado. Segundo ela, 85% das áreas passíveis de cadastro já estão inseridas na base de dados.

No evento, que teve também palestras e debates sobre o CAR e o Código Florestal, autoridades destacaram a importância do Cadastro e da articulação do setor privado para a preservação ambiental no Brasil. “O CAR será uma grande ferramenta para saber onde estão as áreas preservadas e áreas produtivas, para lutar contra o desmatamento, para planejar e fiscalizar”, afirmou Luciano Loubet, promotor do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Segundo o promotor Luciano Loubet, no Mato Grosso do Sul, empresas como a JBS, de processamento de carne, já informaram a produtores que não comprarão gado de quem não tiver feito o CAR.

Ricardo Éboli, diretor de licenciamento do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), órgão do governo do estado, lembrou de como os que não se inscreverem no CAR serão prejudicados. “O mercado será quem vai restringir os diretos do proprietário rural. Ele vai perder pela venda, pela dificuldade do acesso ao crédito agrícola, e de obtenção de licenciamentos ambientais” disse Éboli.

De acordo com Éboli, o preenchimento do CAR no Mato Grosso do Sul ficou abaixo do desejado devido a uma cultura tradicional de medo que existe entre o produtor e os órgãos ambientais. "Acreditamos que a não adesão ao CAR ocorre mais por receio do produtor de que o que ele informar possa prejudicá-lo”, disse o diretor do IMASUL.

Pantanal

Também foi discutido no evento foi a aplicação do Código Florestal no Pantanal, já a legislação tem regras específicas para a região. Coordenadora do Programa Pantanal da WCS Brasil, a pesquisadora Alexine Keuroghlian destacou a importância da atuação em conjunto de diferentes atores para a conservação no Pantanal. “Temos que trabalhar juntos, políticos, proprietários e pesquisadores, para preservar esse bioma tão maravilhoso”, disse Alexine.

O diretor executivo do Instituto SOS Pantanal, Felipe Augusto Dias, disse estar preocupado com o avanço da soja no Pantanal. “O Pantanal é a nova fronteira agrícola para a soja. Hoje grandes investidores estão entrando no Pantanal e a soja está entrando. A soja é silenciosa”, disse Dias.

Sobre a Revista Ciência Pantanal

Lançada nesta sexta-feira no evento Ciência, Conservação, Sustentabilidade e Direito, promovido pela WCS Brasil, Comissão do Meio Ambiente (Comam) da Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional MS) e Frente Ambientalista Parlamentar, em Campo Grande (MS), o segundo exemplar da revista Ciência Pantanal é dirigido ao público envolvido ou interessado na defesa da fauna, da flora, da cultura e de todo o bioma pantaneiro. A publicação foi criada e produzida pela Wildlife Conservation Society (WCS) no Brasil. Voltada para a conservação da vida silvestre, a ong tem sede nos Estados Unidos e pesquisadores em mais de 40 países, entre eles o Brasil, onde está desde 2004.

São 17 artigos assinados por 44 especialistas de oito instituições de pesquisa, distribuídos em 84 páginas e ilustrados por fotos, mapas e infográficos.

Os impactos das hidrovias, das novas regras do Código Florestal e da troca de pastagens naturais por plantadas estão na revista, discutidos por quem estuda as melhores alternativas à disposição do produtor, seja para tornar as fazendas pantaneiras mais sustentáveis ou as paisagens mais resilientes. Ou ambas.

Escritos em linguagem acessível, os textos abordam questões práticas, como as recomendações para viabilizar a convivência com sucuris, reduzindo os riscos de ataques a humanos ou animais domésticos e protegendo as serpentes do extermínio. E também contam experiências bem sucedidas, como a observação de onças-pintadas, sem alteração da rotina dos animais selvagens.

Nas páginas da Ciência Pantanal, o leitor ainda descobre as libélulas e os beija-flores pantaneiros e sua íntima relação com a paisagem. E aprende sobre o significado do canto dos sapos nas noites quentes ou sobre o papel ecológico dos jacarés, tamanduás e veados campeiros.

A distribuição é gratuita e a revista também será disponibilizada no site da ong (http://programs.wcs.org/brazil/ ). A publicação da WCS Brasil tem coordenação editorial de Carlos Durigan e Alexine Keuroghlian, diretor da WCS Brasil e coordenadora do Programa Pantanal da WCS Brasil, respectivamente. A edição executiva da jornalista ambiental é de Liana John.

“A boa informação é essencial para a conservação da biodiversidade e da paisagem. Agir de modo sustentável é uma tarefa que cabe a todos”, afirma Carlos Durigan.

Sobre a WCS Brasil:

A WCS Brasil ou Associação Conservação de Vida Silvestre é uma organização brasileira sem fins lucrativos, fundada em 2004, com foco no Pantanal e Amazônia. Sua estratégia é identificar problemas críticos de conservação e desenvolver soluções científicas adequadas a comunidades, beneficiando paisagens naturais, fauna silvestre e populações humanas.

Serviço - A Prorural com sede em Coxim atende toda a região norte de Mato Grosso do Sul, pelos telefones (67) 9647-5418 e (67) 9916-5959 c/ Raimundo. Ou pelo email proruralconsultoria@gmail.com

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