Ciência e Saúde
23/11/2012 09:08:14
Câncer infantil: diagnóstico precoce e quimioterapia permitem cura de até 80%
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, todos os anos, cerca de 9 mil casos de câncer infantil são detectados no país.
UOL/LD
\n \n Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, todos os\n anos, cerca de 9 mil casos de câncer infantil são detectados no país. Os tipos\n mais comuns são a leucemia (doença maligna dos glóbulos brancos) e os linfomas\n (que se originam nos gânglios). A boa notícia é que o diagnóstico precoce e a\n quimioterapia, juntos, representam a principal arma contra a doença e permitem\n índices de cura que chegam a 80%.\n \n No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, lembrado hoje\n (23), a onco-hematologista e diretora técnica do Hospital da Criança de\n Brasília, Isis Magalhães, lembrou que a doença em crianças é diferente da\n diagnosticada em adultos. Nas crianças, as células malignas são geralmente mais\n agressivas e crescem de forma rápida. Os tumores dificilmente são localizados e\n o tratamento não pode ser feito com cirurgia, destacou a especialistas, em\n entrevista à Agência Brasil. \n \n Outra peculiaridade do câncer infantil é que não há forma de\n prevenção, uma vez que não é possível explicar a razão do surgimento dos\n tumores. Isis alertou que os sinais da doença podem ser facilmente confundidos\n com os de quadros bastante comuns em crianças, como infecções. Alguns exemplos\n são o aparecimento de manchas roxas na pele e anemia. Os sintomas, entretanto,\n devem se manifestar por um período superior a duas semanas para causar algum\n tipo de alerta. \n \n É preciso saber identificar quando aquilo está passando do limite\n e quando é normal. Afinal, qual criança não tem uma mancha roxa na canela de\n vez em quando? Dependendo da situação, a lista de sinais causa mais desespero\n nos pais do que ajuda, explicou. A orientação, segundo ela, é levar as\n crianças periodicamente ao pediatra. \n \n Isis também defende que os próprios oncologistas pediátricos\n orientem profissionais de saúde da rede básica sobre os sinais de alerta do câncer\n infantil. A ideia é que o pediatra geral e o agente de saúde, por exemplo,\n sejam capazes de ampliar seu próprio grau de suspeita, prescrever exames mais\n detalhados e, se necessário, encaminhar a criança ao especialista. \n \n A doença não dá tempo para esperar. É preciso seguir o protocolo\n à risca, porque essa é a chance da criança. O primeiro tratamento tem que ser o\n correto, disse. Isis destacou também a importância de centros especializados\n de câncer infantil, já que a doença precisa ser combatida por equipes\n multidisplinares, compostas por oncologistas, pediatras, neurologistas,\n cardiologistas, infectologistas e mesmo psicólogos, odontólogos e\n fisioterapeutas, além do assistente social. \n \n Luziana Alves de Carvalho, de 29 anos, conhece bem essa rotina de\n especialistas e exames oncológicos. O filho Madson foi diagnosticado com\n leucemia pela primeira vez quando tinha apenas 3 anos. Enfrentou sessões de\n quimioterapia, ficou livre da doença, mas, aos 7 anos, ela voltou. Durante os\n quatro anos de luta contra o câncer, o menino só conseguiu frequentar o\n primeiro ano da pré-escola. \n \n Antes de iniciar o tratamento na capital federal, a família morava\n no município de Santa Maria da Vitória (BA). Nunca tinha ouvido falar em\n leucemia. Nem sabia muito bem o que era o câncer. No interior, não temos essas\n coisas. Os médicos diziam que ele tinha uma infecção na garganta ou uma\n virose, contou Luziana. Os sintomas iniciais apresentados pelo menino eram\n manchas roxas no corpo, dor de estômago e muito cansaço. \n \n Atualmente, Madson está bem de saúde. A próxima sessão de\n quimioterapia está prevista para o dia 4 de dezembro e a última deve se ser em\n janeiro de 2013. Os planos de Luziana para o Ano-Novo da família incluem voltar\n para a Bahia com o filho curado e matricular o menino na escola. Ele sente\n muita falta de casa e chora pedindo para assistir à aula. Se Deus quiser, vai\n dar certo. \n \n \n \n \n