\n \n O sonho dos sedentários ganhou novo aliado. Um estudo publicado na revista\n científica Nature, em janeiro, sugere que é possível modificar a gordura\n corporal sem fazer exercício.
Pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute e\n da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, isolaram em laboratório a irisina,\n hormônio naturalmente produzido pelas células musculares durante os exercícios\n aeróbicos, como caminhada, corrida ou pedalada. A substância foi aplicada em\n ratos e agiu como se eles tivessem se exercitado, inclusive com efeito protetor\n contra o diabetes.\n \n O segredo foi a conversão de gordura branca — aquela que estoca energia\n inerte e estraga nossa silhueta — em marrom. Mais comum em bebês, e praticamente\n inexistente em adultos, esse tipo de gordura serve para nos aquecer. E, nesse\n processo, gasta uma energia tremenda. Como efeito colateral, afinaria nossa\n silhueta.\n \n A expectativa é que, se o hormônio funcionar da mesma forma em humanos,\n surja em breve um novo medicamento para emagrecer. Mas ele estaria longe de\n substituir por completo os benefícios da atividade física. “Possivelmente,\n existem muitos outros hormônios musculares liberados durante o exercício e\n ainda não descobertos”, diz o fisiologista Paul Coen, professor assistente da\n Universidade de Pittsburgh, nos EUA. A irisina não fortalece os músculos, por\n exemplo. E para ficar com aquele tríceps de fazer inveja só o levantamento de\n controle remoto não daria conta.