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Comportamento
04/03/2018 10:15:00
Renata Banhara: "meu marido me encorajou a cometer suicídio"
Em relato, modelo disse que foi agredida após descobrir uma traição do ex-parceiro

Terra/PCS

Foto: Instagram

Em declaração à imprensa, a modelo contou que sofreu agressões físicas e psicológicas de seu ex-marido e que ele havia a encorajado a cometer suicídio.

De acordo com seu relato, ela apanhou e foi jogada da escada da casa em que morava. Em seguida, o marido se trancou com ela no quarto e incentivou que ela se jogasse da janela.

Renata disse que o marido abriu o vidro da janela e disse frases para encorajá-la ao suicídio: "Ele disse coisas como: você está doente, você já não aguenta mais. Seus filhos não te amam, eu não te amo. Pula para você ser feliz", disse Renata.

Muito fragilizada com a situação, Renata disse que cogitou seguir a orientação do marido. No entanto, seu filho encontrou a chave reserva do quarto e entrou para socorrer a mãe.

Ao lembrar do caso, Renata disse, emocionada: "fui humilhada, hostilizada pela pessoa que eu mais amava, que eu achei que podia confiar...Eu não sou mais a Renata Banhara linda e maravilhosa, mas quando você casa com alguém você casa com a alma da pessoa...a violência psicológica dele foi desumana".

A situação só teve fim quando Renata conseguiu sair com o filho para fazer um boletim de ocorrência e passar por um exame de corpo de delito.

O motivo da agressão, segundo Renata, teria sido por ela ter descoberto uma traição do marido enquanto ela passava por um tratamento médico devido a complicações causadas por uma encefalite.

Relacionamento abusivo

O tipo de depoimento relatado por Renata Banhara infelizmente acontece com frequência no Brasil. Para se ter uma ideia a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência física, de acordo com o Relatório da Violência do Instituto Maria da Penha.

No ano Mapa da Violência de 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil foram registrados 4762 assassinatos contra mulheres em 2013 no Brasil. Destes, 50,3% foram cometidos por familiares e 33,2% destes crimes foi praticado pelo parceiro ou ex.

As agressões sofridas por Renata mostram que ela vivia um relacionamento abusivo. De acordo com a psicóloga Raquel Baldo. um relacionamento abusivo é toda e qualquer relação onde uma pessoa exerce poder excessivo e contínuo sobre a outra pessoa, gerando no outro uma dependência, aprisionamento, medo, insegurança e receio de ser ele (a) mesmo (a) e impedindo de alguma forma que este outro possa se expressar e agir por ele mesmo.

Raquel explica que a relação abusiva faz parte de nossa cultura há muitas gerações e é ensinada às crianças desde cedo através de tapas, gritos, ofensas e ações que são justificadas moralmente.

Como denunciar na Polícia casos de violência contra a mulher

Pessoas que sofrem violência doméstica ou que que desejam ajudar alguém que passou por esse tipo de situação podem ligar para o Disque 180. O serviço disponibiliza informações sobre os próximos passos para resolver a situação.

O Disque 180 pode encaminhar a denúncia para entidades de Segurança, como Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM).

Também é possível ligar para o disque 190 ou dirigir-se a uma Unidade Básica de Saúde, onde é possível encaminhar a vítima para atendimento especializado.

Além disso, a vítima pode se dirigir a uma delegacia comum para receber a orientação necessária.

Próximo passo: denúncia perante a Justiça

Mulheres vítimas de crimes de injúria e difamação, como agressões verbais e divulgação de fotos íntimas com o objetivo de humilhar e depreciar a mulher precisam buscar um advogado para entrar com uma ação penal em um prazo de até seis meses após o acontecimento.

No caso de lesão corporal de origem leve, é movida uma ação penal pública, que pode ser realizada em até quatro anos. Já no caso de ameaças de estupro de mulheres acima de 18 anos em que não haja situação de vulnerabilidade, a denúncia deve ser feita em um prazo de seis meses a partir da realização dos fatos.

Além disso, também é possível procurar a orientação em uma Delegacia da Mulher ou uma delegacia comum.