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Cultura
10/11/2015 08:01:00
Rio Verde realiza Semana de Valorização da Cultura Pantaneira

Assessoria/AB

Foto: Victor Currales

De 9 a 15 de novembro, Rio Verde de Mato Grosso (MS), será palco de uma grande festa pantaneira, a Semana de Valorização da Cultura Pantaneira, resgatará na cidade os costumes, as danças, a culinária e tudo mais que se que trata do homem do pantanal.

A Semana da Valorização da Cultura Pantaneira, é uma iniciativa da prefeitura municipal de Rio Verde de Mato Grosso, por intermédio do Sistema Municipal de Cultura, cuja abertura aconteceu nesta segunda na Praça das Américas.

A apresentação musical do Ponto de Cultura Centro de Tradições Pantaneiras (CTP), com os Hinos Nacional, do Estado e um Pout Pourri, abriu oficialmente a semana que promete ser cheia de atrações e emoções de uma das maiores celebrações culturais pantaneiras do Estado.

Segundo a Assessora Municipal de Cultura do município, Lidiane Farias de Souza, serão 7 dias de extensa programação que vão dos cantos pantaneiros, experimentação da gastronomia pantaneira, exposição, palestras, finalizando com grandes shows com artista do estado de renome nacional como Delinha, Tostão e Guarany, Geraldo Espíndola, Marcelo Loureiro, concurso de berrante, churrasco e inúmeras apresentações culturais.

“Teremos com a apoio do Governo do Estado, do Ponto de Cultura, das secretarias envolvidas diretamente na realização do evento, da SECTEI, Fundtur, sem esquecer também do homem pantaneiro motiva maior de nossa festa sem eles isto aqui não teria razão de ser, que Deus nos abençoe nesta semana”, disse encerrando sua fala a Assessora de Cultura Lidiane Farias.

O Prefeito Municipal Mario Kruger, falou da importância do evento e destacou o trabalho de buscar sempre parceiros através instituições importantes, mas principalmente o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. A Semana da Valorização da Cultura Pantaneira continuará sua programação até o dia 15 de novembro e contará com grandes apresentações culturais.

“Iniciamos pelo terceiro ano consecutivo esta festa que busca acima de tudo a valorizar não só o homem pantaneiro mas também a mulher e a todos os parceiros que se envolvem na realização desta festa que já é um dos grandes eventos do estado”, afirmou o prefeito Mário Kruger.

O Homem Pantaneiro

O dia-a-dia no Pantanal não é tarefa fácil, apesar da imagem de paraíso. É difícil adaptar-se ao pulso anual de inundação e ao isolamento promovido pelas águas.

Os pantaneiros são conhecedores de plantas medicinais e das condições do clima. O vaqueiro pantaneiro guarda consigo conhecimentos de toda dinâmica do Pantanal, aprendizado necessário àqueles que precisam conduzir o gado pelas vazantes para escapar das enchentes, pois formam-se até hoje grandes comitivas de gado que atravessam os pantanais.

Muitos peões pantaneiros são descendentes de paraguaios que migraram procurando trabalho após a guerra do Paraguai. Entre suas habilidades estão a doma do cavalo e a confecção de artefatos de couro.

Os piscosos rios proporcionaram uma cultura de pesca em toda a região. O pescador pantaneiro, pela observação do ambiente, tornou-se conhecedor do comportamento dos peixes; sabe em quais partes do rio a fauna aquática costuma se abrigar e pela observação do nível das águas reconhece se vai dar peixe.

O tereré, mate gelado, é costume dos Guaranis e símbolo de toda a região. Amigos se encontram nas rodas de tereré para prosear e se refrescar. Já é um hábito incorporado à grande parte da população urbana de Rio Verde. O chimarrão, mate quente, é apreciado e chegou ao Pantanal com os gaúchos.

Na música, existem registros de ritmos únicos da região, como o siriri e o cururu, sons tirados da viola-de-cocho – instrumento rústico, feito do tronco de árvores e que antigamente tinha cordas de tripa de bugio. É grande a influência dos ritmos paraguaios, como a guarânia, a polca e o rasqueado, disseminados no Mato Grosso. Bailes com esses ritmos, associados ao vanerão e ao xote dos gaúchos, são frequentes nos municípios do Pantanal. Também foram criados muitos Clubes de Laço e feiras agropecuárias.

A lida com o gado bovino, introduzido na região há mais de duzentos anos, é a principal atividade econômica do Pantanal, facilitada pelas vastas pastagens naturais e pela água levemente salgada, ideal para estes animais.

Esta atividade marcou profundamente a paisagem, os costumes e a alma do homem pantaneiro, dando origem a uma riquíssima cultura regional, mestiça da portuguesa, da indígena e da paraguaia.

São comuns na região as competições de laço, as rodas de tereré e as comitivas de gado, em que peões conduzem boiadas de milhares de cabeças pelo Pantanal, tendo no cavalo uma extensão do corpo.

Ao som das violas regionais, histórias da onça ou de assombrações alegram as noites em volta da fogueira, fartas em churrasco de gado ou de peixes da água doce.

Foto: Victor Currales