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Economia
07/03/2022 11:07:00
Quebra da safra de soja já atinge 31% das lavouras
Com 42% do ciclo atual colhido, as piores condições e o maior porcentual de perda produtiva estão na região sul do Estado

CE/PCS

Foto: PC de Souza

Com 42% da safra de soja 2021/2022 colhida, Mato Grosso do Sul apresenta 31% das lavouras em condições ruins, quando há alto grau de perda produtiva, enquanto outros 36% são avaliados como regulares e 33% estão em boas condições, ou seja, com alta produtividade.

De acordo com o boletim do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), as piores condições são percebidas no sul do Estado. As cidades produtoras dessa região enfrentaram graves problemas climáticos, como estiagem e chuvas esparsas.

O levantamento aponta que 45% das plantações da região sul se encontram em condições ruins, e os outros 55% em condições regulares, ou seja, não há plantas em condições boas.

Quando considerada a região sul-fronteira, a situação é ainda pior, pois 65% da área se encontra em situação ruim e 35% em condições regulares.

Apesar da quebra considerável, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS) aponta que a área plantada continua estimada em 3,776 milhões de hectares, aumento de 7% quando comparada com a área da safra 2020/2021, que foi de 3,529 milhões de hectares.

A produtividade estimada foi revisada para 50,60 sacas por hectare, gerando uma expectativa de produção de 11,4 milhões de toneladas. PREJUÍZOS

Conforme adiantado pelo Correio do Estado na edição de 22 de janeiro, os prejuízos para a safra de soja 2021/2022 devem ultrapassar R$ 3,5 bilhões.

A projeção inicial é que seriam colhidas 12,7 milhões de toneladas nesse ciclo, e o último levantamento já aponta para 11,4 milhões de toneladas, redução de 1,3 milhão de toneladas ou 10,23%.

A projeção realizada pela reportagem é norteada por dados disponibilizados pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), com base no relatório do Siga-MS, e pela consultoria técnica de agentes do setor.

O preço médio da saca de milho com 60 kg ficou em R$ 163 em 2021. Considerando que 1,4 milhão de toneladas são 21,666 milhões de sacas de soja, o prejuízo estimado para a safra de soja 2021/2022 é de R$ 3,531 bilhões até o momento.

PREÇOS

A queda da produtividade da soja causada pelas condições climáticas em MS, alinhada ao alto custo dos insumos de produção, favoreceu o aumento nos preços da soja no mercado interno.

Conforme dados do relatório do Siga-MS, o preço médio de fevereiro (no mercado físico) foi de R$ 182,30 a saca, alta de 18,2% quando comparado ao mesmo mês de 2021, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 154,28.

No fechamento de sexta-feira, conforme dados da Granos Corretora, a saca com 60 kg de soja era negociada a R$ 193 no mercado físico de Campo Grande, a R$ 194 em Dourados e a R$ 189 em Sonora.

Já nos valores negociados na Bolsa de Valores, a saca da oleaginosa fechou a sexta-feira cotada a R$ 203,62. “Esse valor não significa que o produtor esteja realizando negociações neste preço, tendo em vista que a comercialização é gradativa”, detalha o boletim técnico da Aprosoja-MS.

Segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, Mato Grosso do Sul comercializou 39,74% da safra atual, atraso de 21 pontos porcentuais quando o número é comparado ao mesmo período de 2021.

1,5 milhão de hectares

A área colhida até o momento, conforme estimativa do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), é de aproximadamente 1,586 milhão de hectares.