Folha/Mônica Bergamo/PCS
A delação premiada dos donos da JBS jogou um balde de gelo nas pretensões políticas de Michel Temer. Animado por estudos levados a ele pelo ministro Moreira Franco (PMDB-RJ), o presidente estava convencido de sua viabilidade eleitoral e já fazia planos de concorrer à reeleição em 2018.
PÓ "Estarei no segundo turno", disse Temer a interlocutores próximos dias antes de a bomba explodir em seu colo. Pelos planos dele e de Moreira, a reforma da Previdência seria aprovada na Câmara, a economia aceleraria no próximo ano e a popularidade do presidente subiria.
DO LAR Joesley Batista frequentava não apenas a residência oficial como também a casa de Temer em São Paulo.
PREOCUPADO E o empresário reforçou sua segurança e de sua família depois que iniciou as tratativas para o acordo de delação premiada.
LEMBRANÇA O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira tinha voltado à bolsa de apostas para o Ministério da Justiça dias antes de o novo escândalo vir à tona. O atual ocupante da pasta, Osmar Serraglio (PMDB-PR), entrou no cardápio de delatores da Operação Carne Fraca.
A CALHAR Seguidores de Geraldo Alckmin festejavam na quinta (18) o escândalo que se abateu sobre Temer. Na análise de alguns deles, a discussão sobre sucessão voltaria à esfera política, onde amizades e conchavos podem contar mais que popularidade. E esvaziaria, pelo menos temporariamente, o nome de João Doria para a Presidência da República.
RESPIRO Segundo um apoiador do governador, a discussão deixaria evidente a importância da política, onde Doria até agora não teria fôlego.