MMN/PCS
Acusado de desviar mais de R$ 10 milhões em recursos públicos da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira tenta nova tática para convencer à Justiça a voltar ao comando da entidade ‘no tapetão’. Decisão recente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) elevou o salário dos dirigentes de federações estaduais para R$ 215 mil mensais.
Desde que foi destituído do cargo, após assembleia-geral da entidade, em outubro do ano passado, Cezário briga na Justiça para voltar ao comando da entidade. No ano passado, ele foi preso duas vezes durante investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), que o apontaram como chefe de organização criminosa que desviou mais de R$ 10 milhões do futebol de MS.
Após série de pedidos negados pela Justiça, os novos advogados de Cezário – os terceiros no processo – pedem que sejam anexados no processo os seguintes documentos:
Livro de presença, cédulas de votação, edital completo, notificações individuais, ata da eleição e relatórios contábeis
A defesa insiste na tese de ilegalidade da assembleia que destituiu Cezário do comando da entidade.
Conforme os autos, o advogado Fábio Azato sustenta que a FFMS violou estatuto que estava vigente na época da destituição, em que seria necessária a própria cúpula da entidade abrir um procedimento próprio para investigar condutas de seu dirigente e não apenas se basear nas investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado).
Então, o pedido para anexar os documentos nos autos visa embasar a tese da defesa para convencer a Justiça.
O caso está ‘nas mãos’ do juiz Tito Gabriel Cosato Barreiro, da 2ª Vara Cível.
Enquanto isso, outro processo sobre o caso aguarda análise da vice-presidência do TJMS para subir ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Assembleia extraordinária destituiu Cezário do cargo
No dia 14 de outubro, assembleia extraordinária realizada pela FFMS destituiu Francisco Cezário do cargo de presidente da entidade. A assembleia foi convocada pelo presidente interino Estevão Petrallas.
O ex-mandatário da FFMS foi preso no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, acusado de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está em liberdade provisória, usando tornozeleira eletrônica, enquanto aguarda julgamento. Ele permaneceu 28 anos à frente da entidade.
Na assembleia, foram avaliados os atos do gestor. Coube aos associados deliberar sobre as consequências e penalidades previstas no estatuto. A defesa de Cezário contestou a legalidade do ato administrativo e diz que vai recorrer na Justiça.
Assim, Petrallas foi eleito para comandar a entidade interinamente até as próximas eleições, marcadas para abril deste ano. O eleito irá comandar a FFMS até o fim do mandato que seria conduzido por Cezário, que termina em 2027.