VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
12/01/2018 17:17:00
Aumento de clientes em busca de material escolar chega a 30%
Lojistas diversificam opções de pagamento

CE/PCS

Foto: Aquarela

Início do ano começa com vários compromissos financeiros para a população e as famílias que têm filhos em idade escolar devem ficar atentas para variação de preço. Uma pesquisa do Correio do Estado na primeira semana de janeiro revelou diferença de preços que chegam até 50% de uma empresa para outra.

Uma das papelarias visitadas é a Mateplas, com sede em Ponta Porã, duas lojas em Dourados e duas em Campo Grande. O gestor de operações Cajaíba Costa, destaca que nos primeiros 10 dias de janeiro, o crescimento de consumidores chegou a 30%, porém, a tendência é que a procura cresça ainda mais nas próximas semanas.

"O planejamento das papelarias e livrarias começa em maio, para que em setembro a primeira leva de pedidos para indústria já esteja finalizada. No entanto, são poucos os consumidores que aproveitam para comprar o material em novembro ou dezembro, então a tendência é que melhore ainda mais", argumenta o responsável pela unidade da Rua Dom Aquino.

Costa explica ainda que muitas famílias deixam para comprar o material escolar perto da volta às aulas, porém, ao contrário que a maioria pensa, o peço não diminui, pelo contrário pode até aumentar dependendo do produto. "Nossa estratégia é sempre começar o ano com um estoque 10% maior, mas, quando chega na 1ª quinzena de janeiro precisamos realizar novos pedidos e como o material é comprado em outros estados, está sujeito a variáveis de preço e valor", observa.

A servidora pública, Suzana Castro, 46 anos, conta que pesquisou bastante antes de comprar, pois, já tem o hábito de guardar uma quantia do 13º salário para comprar o material à vista. "Tenho duas filhas em idade escolar, uma no 4º e a outra no 9º ano do ensino fundamental. A lista é longa, sem contar as novidades que deixam as crianças malucas para consumir, então prefiro poupar e pagar tudo à vista", relata.

Como optou por realizar o pagamento à vista obteve 10% de desconto e comemora: "Foi mais de 20% de economia que consegui. Pode parecer pouco, mas, quando você coloca na ponta do lápis faz toda diferença".

PREÇOS ESTÁVEIS

O empresário Paulo Roberto Fernandes é proprietário da Shop Tudo e destaca suas impressões do início de ano, pós-crise. "Os preços dos fornecedores quase não tiveram aumento, então estamos satisfeitos com os resultados até o momento, pois, as vendas aumentaram mais de 8% até o momento", revela o empresário que trabalha no segmento há 24 anos.

Questionado sobre os hábitos do consumidor, Fernandes, também concorda que a maioria prefere deixar para fazer as compras faltando poucos dias para começar as aulas. "Muitos deixam para comprar faltando 15 dias para iniciar as aulas, então teremos outra alavancada nas vendas. Outro fator que temos observado é que a procura por parcelamento sem juros aumentou, então oferecemos o máximo que podemos que é 10 vezes sem juros"conclui.

O comerciário Joelson Santos, 28 anos, ficou aliviado com a opção de parcelamento, pois, tem duas crianças na escola e o total das duas lista ficou em em R$ 1,8 mil. "Estou com uma menina no 2º ano e um menino na pré-escola, então fica pesado para quem é assalariado. Fica difícil pagar a vista, e ainda faltaram as mochilas que vou comprar no camelódromo", revela.

ORIENTAÇÕES PROCON/MS

Na última semana de dezembro, a Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon/MS) divulgou uma pesquisa comparativa de preços com 127 itens itens vendidos em oito livrarias e papelarias da Capital. Os principais produtos pesquisados foram: cadernos, lápis, papéis diversos, apontadores, borrachas, canetas, colas e giz de cera e resma de papel sulfite.

De acordo com a superintendente para Orientação e Defesa do Consumidor, Rosimeire Cecília da Costa, o objetivo da pesquisa é oferecer uma referência ao consumidor por meio dos preços médios obtidos dentro da amostra pesquisada.

"As variações de preços constatadas referem-se aos dias em que a coleta foi realizada e podem ser diferentes dos preços praticados atualmente, já que estão sujeitos à alteração conforme a data da compra ou por descontos especiais concedidos, ofertas e promoções e a disponibilidade de estoque", detalha.

Dos 127 itens pesquisados entre os dias 23 e 28 de dezembro, 104 estão com preço acima da inflação, superior a 8%. O levantamento inclui um ranking de estabelecimentos com percentual de itens de menor preço. As maiores diferenças de preços encontradas foram em produtos como cadernos, apontadores e papeis.

DICAS

Rosimeire dá dicas aos consumidores para economizar nas compras de material escolar: “é importante verificar antes se em casa há itens da lista em condições de uso; tentar reunir outros pais para uma compra coletiva, pois algumas lojas dão desconto para compras em grande quantidade e verificar se há descontos para pagamento à vista, em dinheiro ou no débito. Outra dica é evitar materiais com estampas de personagens infanto-juvenis que, por serem licenciados, costumam ser mais caros”, pondera.