CE/LD
Juiz da 1ª Vara Criminal de Corumbá (cidade distante 424 de Campo Grande, já na faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia), Idail de Toni Filho, condenou a sete prisão o ex-corregedor da prefeitura local, André Luís Mello Fort, 41, por corrupção.
O réu recorreu e deve ficar em liberdade enquanto durar a apelação.
Na sentença, aplicada semana passada, o magistrado afirmou que a pena deve ser cumprida em regime fechado. Ou seja, se mantida a condenação, André Fort deve ser levado para a cadeia.
A DENÚNCIA
Fort, sustenta a denúncia do MPMS (Ministério Público de MS), exigiu R$ 20 mil de guardas municipais que estariam sendo investigados por “eventual cometimento de infração disciplinar no exercício das funções”.
Ainda conforme a petição do MPMS, conduzida pelo promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte, a tentativa de extorsão, supostamente comandada pelo então corregedor municipal, contou com a ajuda de Adriana Pires do Nascimento, 40.
Adriana, detenta à época do crime, no início de 2018, trabalhava na corregedoria por meio de um convênio entre a prefeitura e a Agepen, a Agência Estadual do Sistema Penitenciário. Ela cumpria expediente durante o dia e, em troca reduziria o tempo de pena a cumprir.
Adriana era subordinada do então corregedor municipal, cuja missão seria a de investigar as queixas contra os servidores municipais..
Em trecho da denúncia, é dito como ia funcionar o esquema:
“... os requeridos [Adriana e André], visando enriquecer ilicitamente em razão do cargo ocupado na Corregedoria do Município, combinaram de solicitar dinheiro aos guardas municipais para amenizar a punição cabível no PAD (processo administrativo disciplinar). Para tanto, ficou acertado que ADRIANA os abordaria [guardas municipais] e faria a solicitação de vantagem indevida, em nome do Corregedor; ora requerido ANDRÉ solicitou vantagem indevida no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para abrandar a punição a ser aplicada ao ofendido Nestor Ojeda Neto [guarda] e à equipe do Guarda Municipal Samuel [outro guarda]”.
Depois de combinado, um dos guardas municipais discordou em pagar a propina e, segundo a denúncia, contou o caso ao prefeito da cidade, que determinou a abertura de um processo disciplinar. Em 2019, André e Adriana foram afastados.
Antes de corregedor, André Fort, advogado, segundo suas redes sociais, ocupava cargo efetivo na função de analista de controle, ou seja, era concursado. Daí, virou chefe da corregedoria. Pela decisão judicial, ele, ainda que já afastado, perde definitivamente o cargo.
Em sua defesa, Fort tentou culpar Adriana, como autora da tentativa de extorsão, contudo, a versão dele, ao menos por enquanto, não convenceu os investigadores do episódio.
A reportagem tentou conversar com o ex-corregedor, mas não conseguiu até esta publicação. Nem com os defensores dele, que tocam escritório de Advocacia em Cuiabá, a capital de Mato Grosso. Se houver manifesto, este material será atualizado.