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Mundo
11/01/2017 16:25:00
A operação de apendicite que descobriu um pedaço de cérebro, ossos e pelos em um ovário

G1/LD

Foto: Masayuki Shintaku

O que era para ser uma operação de rotina no Japão resultou na descoberta de um raro tumor de ovário.

Uma jovem de 16 anos foi submetida a uma operação de apendicite de urgência no Japão. Mas os médicos encontraram mais do que um apêndice inflamado: um tumor com um pedaço de cérebro no ovário da jovem.

O tumor, de 10 cm de tamanho, era composto por uma massa de pelo enrolado e uma estrutura em forma de cérebro de 3cm enrolada por uma placa de osso craniano.

Uma análise minuciosa do tumor revelou que se tratava na verdade de uma versão reduzida de um cerebelo, a região do cérebro responsável pela manutenção do equilíbrio do corpo e que geralmente está localizada abaixo dos dois hemisférios cerebrais.

Sem sintomas

Esse tipo de tumor, que tem pelos, gordura, músculo, osso, cartilagem e em alguns casos até dentes é chamado de teratoma (do grego "teras", que significa monstro).

Os casos de teratomas nos ovários são comuns - calcula-se que um em cada cinco tumores no ovário sejam teratomas.

No entanto, o inusitado é que, em geral, as células cerebrais encontradas nesses tumores nunca estão organizadas em uma estrutura cerebral, como foi o caso nesta paciente, afirma Masayuki Shintaku, especialista do Centro Médico para Adultos Shiga no Japão e um dos médicos que estudaram o caso.

Segundo a revista New Scientist, a jovem não apresentava sintomas indicando a presença do tumor, que foi extraído sem complicações. Sua recuperação também foi normal.

Contudo, há casos de mulheres com teratomas de ovário que sofrem confusão, agitação, pensamentos paranoicos e perdas de memória, sintomas neurológicos que são reduzidos após a retirada do tumor.

Fetos sem fertilização

A causa desses tumores é desconhecida, mas sabe-se que eles resultam de células que deveriam se tornar óvulos e continuam se desenvolvendo como se estivessem tentando se transformar em um feto mesmo sem a fertilização.

Curiosamente, esta não é a primeira vez em que cirurgiões japoneses encontram um teratoma em um estado de formação avançada.

Em 2003, foi extraído de uma jovem de 25 anos um tumor com órgãos, cabeça, corpo, extremidades, glândula tireoide e até um pequeno pênis.