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Polícia
07/11/2018 10:24:00
Caso Daniel: Suspeito de matar jogador presta depoimento à Polícia Civil no Paraná

G1/LD

O empresário Edison Brittes Júnior, suspeito de matar o jogador Daniel Corrêia Freitas, de 24 anos, presta depoimento à Polícia Civil desde as 10h desta quarta-feira (7), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Edison Júnior, de 38 anos, está preso. Ele confessou em entrevista à RPC Curitiba que matou o Daniel, sob descontrole emocional, porque o jogador tentou estuprar a mulher dele, Cristiana Brittes, de 35 anos.

Tudo ocorreu depois de uma festa de aniversário de 18 anos da filha do casal, Allana Brittes, em que Daniel também estava, em uma casa noturna de Curitiba. A festa continuou na manhã do dia 27, na casa da família.

Daniel, segundo a Polícia Civil, foi espancado na casa e, depois, levado para um matagal, onde o corpo dele foi encontrado. A morte foi causada por ferimento por arma branca, de acordo com a apuração preliminar do Instituto Médico-Legal (IML).

O jogador foi encontrado com o órgão sexual decepado.

Cristiana e Allana Brittes também estão presas. A polícia ouviu mãe e filha na terça-feira (6). No depoimento, Cristiana disse que acordou com o jogador deitado sobre ela de cueca e que, então, começou a gritar assustada. "Ele dizia: 'Calma, é o Daniel'", contou.

Ela disse que "excitado", Daniel esfregava o pênis, que estava para fora da cueca, pelo corpo dela. A mulher de Edison relatou ainda que, diante dos pedidos de socorro, o marido foi o primeiro a entrar no quarto, depois de arrombar a porta.

No depoimento, Allana relatou ter ido ao quarto do casal depois de ouvir os gritos e encontrado o pai segurando Daniel pelo pescoço, "como se o enforcasse". A filha relatou à polícia que a mãe disse a ela que Daniel tinha tentado estuprá-la.

Allana disse ainda que viu quando Edison Júnior colocou o carro de ré, próximo de Daniel, e abriu o porta-malas. Nesse momento, ela afirmou ter visto o jogador "todo machucado e ensanguentado".

O delegado da Polícia Civil de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, acredita que a família está mentindo e que não houve tentativa de estupro. Segundo ele, outras testemunhas foram ouvidas e disseram não ter ouvido nenhum grito de Cristiana, conforme relatou a família Brittes.

A família foi indiciada por homicídio qualificado e coação de testemunhas.

Daniel chegou a enviar para um amigo uma foto na cama, ao lado de Cristiana - que estava, aparentemente, dormindo. O jogador também disse ao amigo que teve relação sexual com ela.

Depois do assassinato

Dois dias depois da morte de Daniel, Edison Júnior ligou para dar os pêsames à mãe do jogador, segundo o advogado de defesa da família do jogador. Allana também trocou mensagens via WhatsApp com a mãe e com a tia do jogador de futebol um dia depois do crime.

Questionada pela família onde estaria Daniel, Allana respondeu que não sabia dele, que não houve briga na casa dela e que o jogador foi embora, sozinho, por volta das 8h da manhã de sábado. “Ele só deu tchau, levantou e foi embora”, dizia a mensagem.

Outra gravação, obtida com exclusividade pela RPC Curitiba, mostra uma ligação feita por Edison Brittes Júnior a um amigo do jogador.

"Que tragédia. triste, muito triste. Mas a gente... pensa em uma forma de a gente poder ajudar e vamos fazer de tudo pra poder ajudar vocês também, dizia Edison Júnior.

Daniel

Daniel Corrêa Freitas nasceu em Juiz de Fora (MG), e jogou pelo Coritiba, em 2017.

Ele estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, equipe que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. O jogador foi revelado pelo Cruzeiro e também jogou pelo Botafogo e pela Ponte Preta.

O corpo dele foi velado e enterrado em Conselheiro Lafaiete (MG), cidade onde mora a família.