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Polícia
23/06/2025 15:53:00
Em MS sistema identifica armas envolvidas em vários crimes
Mais de 1,2 mil vestígios foram inseridos na base nacional de dados desde julho de 2023

CGN/LD

Cada tiro deixa 'uma digital', uma marca única deixada pelo projétil e pela cápsula da munição ao serem disparados por uma arma de fogo. Com base nisso, a Polícia Científica de Mato Grosso do Sul conseguiu associar a mesma 'digital' em vários crimes distintos com a ajuda do SINAB (Sistema Nacional de Análise Balística).

O sistema permite cruzar informações de munições recolhidas em cenas de crime, ajudando a esclarecer casos que antes estavam isolados. Um dos casos ocorreu no interior do estado, em 2024, durante a investigação de um homicídio.

O levantamento mostrou que arma apreendida na Capital, em uma ocorrência de porte ilegal, foi usada outras vezes. Embora inicialmente o caso não envolvesse crime violento, a equipe do Núcleo de Balística Forense decidiu analisar os vestígios e incluir os dados no sistema.

O resultado surpreendeu, pois a arma estava ligada a quatro crimes diferentes ocorridos em Campo Grande. Os laudos foram encaminhados às delegacias responsáveis, que agora podem avançar nas investigações. Não foram divulgados detalhes sobre esse caso, por se tratar d einvestigação em andamento.

Após exames técnicos, a arma usada foi inserida no banco nacional de dados. O SINAB indicou que ela também havia sido utilizada anteriormente em um crime em Mato Grosso. A confirmação foi feita por exame físico no laboratório parceiro da Polícia Científica do estado vizinho.

Segundo a perita criminal Karina Rébulla Laitart, que coordena o banco de perfis balísticos no estado, o SINAB é uma ferramenta que conecta fatos aparentemente isolados e reforça o trabalho da perícia. “O sistema fortalece o esclarecimento de crimes e a integração entre estados”, explicou.

Números -Desde que Mato Grosso do Sul passou a integrar oficialmente o SINAB, em julho de 2023, já foram registradas 58 coincidências balísticas. Mais de 1,2 mil vestígios foram inseridos na base nacional.

O trabalho é feito com equipamentos modernos, adquiridos por meio de investimentos de mais de R$ 5,9 milhões, incluindo microscópios digitais e câmaras de recuperação de projéteis.

Coordenado pelo Ministério da Justiça, o SINAB permite que munições encontradas em crimes sejam comparadas entre diferentes estados e até em outros países, com uso de tecnologia que identifica as marcas únicas deixadas pelas armas. A plataforma é uma aliada da perícia no esclarecimento de crimes com mais rapidez e precisão.