CE/PCS
Durante o desdobramento da Operação Oiketikus, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nesta quarta-feira (23), o Ministério Público Estadual (MPE) busca mais detalhes do esquema de corrupção dentro da Polícia Militar, ouvindo testemunhas e pessoas que foram alvo de mandatos de busca e apreensão nas duas etapas.
Mandatos de busca e apreensão estão sendo cumpridos, no entanto, ainda não foram revelados detalhes da ação realizada hoje.
A previsão é que pelo menos 12 pessoas sejam ouvidas hoje. Até o fim da manhã, seis já foram interrogados pelo Gaeco. Uma das testemunhas, que preferiu não se identificar, falou com o Correio do Estado na saída após o depoimento.
“Os questionamentos giravam em torno de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e em materiais e documentos apreendidos durante a operação. Eles queriam detalhes e esclarecimentos a respeito de conversas e documentos encontrados”, disse a testemunha ao sair da sede do Gaeco.
Quatro policiais militares que prestam depoimento nesta manhã são associados à Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ACS) e foram acompanhados pelo advogado da entidade, Edmar Soares da Silva.
Na primeira fase da operação, foram presos 21 policiais militares em todo o Estado. No total, são oito sargentos, cinco cabos, quatro soldados, dois tenentes-coroneis, um subtenente e um major. A organização criminosa formada atuava no contrabando tanto de cigarros como de outros produtos, como pneus.
O grupo não só cobrava propina dos contrabandistas para facilitar o trânsito em rodovias estaduais e na distribuição em municípios, como também tentava dificultar a atuação de outras forças de segurança na investigação desse tipo de crime. As rotas que os investigados atuavam tinham ligação com a Bolívia e o Paraguai.