VERSÃO DE IMPRESSÃO
Polícia
16/05/2018 13:55:00
Ministério Público pede prisão temporária de fiscal que estaria cobrando propina
Defesa alega que o jovem estava doente, sofrendo de depressão ou crise de ansiedade.

Sheila Forato

Foto: Sheila Forato

Nesta quarta-feira (16), o MPE (Ministério Público Estadual) pediu a prisão temporária do fiscal da prefeitura de Coxim que estaria cobrando propina para agilizar processos de regularização fundiária da gerência de Projetos.

No pedido, o promotor Rodrigo Cintra destacou que a prisão temporária visa assegurar o andamento das investigações policiais. Antes, o promotor citou que existe a materialidade do crime de concussão e indícios de autoria.

Em resumo, com a prisão de 30 dias a polícia vai ter tempo de identificar e ouvir todas as vítimas, sem interferência do acusado. Nesse período a investigação pode coletar outras provas, materializando ainda mais os crimes.

Segundo a Polícia Civil, Giovando Almeida Bispo foi preso em flagrante na segunda-feira (14) no momento em que receberia R$ 70,00 de uma das suas vítimas. Entretanto, a investigação da polícia mostra que essa não seria a única vítima.

O Edição MS teve acesso a recibos assinados pelo jovem fiscal, que ingressou há seis meses no serviço público por meio de concurso. Ele também trocava mensagens, via whatsapp, com outras vítimas. As mensagens eram de orientações para pagamento das propinas, na maioria das vezes.

No dia em que Bispo foi preso foi encontrado em sua mesa um boleto quitado, também no valor de R$ 70,00, que teria sido pago por uma de suas vítimas. O boleto falso, em nome da prefeitura de Coxim, pertence a uma empresa de Curitiba (PR), especialista na emissão de boletos.

Com essa prova, a Polícia Civil expande a investigação, que até então era apenas de concussão. Há suspeita dos crimes de falsificação de documento público e de formação de quadrilha. Tanto que a participação de outras pessoas não é descartada.

Paralelamente ao processo criminal, Bispo vai responder a uma sindicância. Caso seja condenado pode ser exonerado do serviço público. Ele segue preso no Estabelecimento Penal Masculino de Coxim. Por enquanto, a defesa alega que o jovem estava doente, sofrendo de depressão ou crise de ansiedade.