VERSÃO DE IMPRESSÃO
Polícia
01/08/2020 09:49:00
Operação com foco na atuação das mulheres do PCC prende suspeito com armas em MS
Flashback II tinha como alvo as Damas do Crime

Midiamax/PCS

Um dos alvos da Operação Flashback II, deflagrada na última terça-feira (28), foi preso nesta sexta-feira (31) em Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. Com ele foram encontradas droga, fuzil e duas pistolas.

Segundo as informações da SSPAL (Secretaria de Segurança Pública de Alagoas), o alvo da ação foi preso em abordagem do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). Ele estava em um carro com outra pessoa quando foi abordado pelos militares.

Com isso, foi identificado que havia contra ele um mandado de prisão em aberto. Ainda na abordagem foram encontrados no carro 5 quilos de skunk e ele revelou que havia mais material ilícito em casa. Então, os militares foram até a residência, onde encontraram mais tabletes de skunk, além do fuzil 556 e duas pistolas 9mm.

Além disso, a moradora que estava na casa revelou que levaria a droga até o Estado de São Paulo. Também conforme a SSPAL, o preso tinha função de ‘geral’ do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Ponta Porã.

Os três envolvidos na ocorrência foram levados para a delegacia.

Operação Flashback II

A segunda fase da Operação Flashback realizada em 11 estados brasileiros, cumpriu mandados em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Ao todo foram 23 mandados cumpridos em Mato Grosso do Sul, dos quais 19 eram contra pessoas que já estavam presas.

A ação teve um total de 216 mandados expedidos, entre busca e apreensão e prisão. Além disso, a operação foi o resultado de 8 meses de investigação a partir de provas obtidas após a primeira fase, realizada em novembro de 2019. Também ocorreu uma união entre as forças policiais, tendo atuação de Polícia Civil, Militar, Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Polícia Federal.

Assim, conforme apontado em coletiva de imprensa pelo Gaeco de Alagoas, Mato Grosso do Sul é a base principal do PCC, o “estado principal na organização criminosa, com muitas lideranças”. O Midiamax apurou que 6 unidades prisionais foram alvos da operação.

Além disso, também foram cumpridos mandados contra outras 4 pessoas que não estavam presas, dentre elas um homem que cumpria regime domiciliar em Dourados. Até o momento não há um balanço geral da operação, já que ainda são cumpridos mandados.

Atuação feminina na facção

Também durante a coletiva, foi apontado que as mulheres passaram a integrar cargos de liderança e de execução no PCC. Tudo isso foi detalhado, uma vez que inicialmente a facção criminosa era formada apenas por homens. Porém, com a prisão desses integrantes, eles passaram a confiar cargos a pessoas em quem podiam contar, especialmente as esposas e companheiras.

Foi assim que surgiu o núcleo feminino do PCC. Para o Gaeco, um núcleo que atua em harmonia com o núcleo masculino, mas sem que um interfira no outro. Também nas investigações, durante quatro meses de escuta telefônica, foram identificados 4 tribunais do crime com ordens de execução.

Destes, 3 foram consumados, com morte dos ‘julgados’, e um foi registrado como uma tentativa de execução. Ainda segundo os levantamentos, as mulheres mostraram ter perfil violento igual ao dos homens da facção, inclusive para tarefas de execução nos tribunais do crime. Também as que possuem função de ‘disciplina’, conduzem normalmente os rituais, condenando ou absolvendo os condenados pelo PCC.

Por fim, os números indicam que houve um aumento de 557% no número de mulheres alvos da operação nesta segunda fase, sendo que na primeira apenas 7.