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Polícia
24/06/2019 14:14:00
Polícia recebe depoimento do marido de Carol Bittencourt sobre morte da modelo no litoral norte

G1/LD

A Polícia Civil recebeu nesta segunda-feira (24), em São Sebastião (SP), o depoimento do marido de Caroline Bittencourt sobre a morte da modelo no mar em Ilhabela (SP), em abril. O empresário Jorge Sestini foi ouvido pela polícia em São Paulo, por meio de um procedimento chamado carta precatória, no último dia 4. O inquérito deve ser concluído até o fim desta semana, com indiciamento do marido por homicídio culposo - quando não há a intenção de matar.

Na ocasião do depoimento, prestado na 2ª delegacia Seccional da capital, o empresário confirmou à polícia que, tanto ele, quanto a mulher, não usavam equipamentos de segurança quando ocorreu o acidente provocado por um vendaval, com vento de mais de 100 km/h. Caroline caiu da embarcação e morreu afogada.

O depoimento de Jorge era a parte que faltava para a polícia concluir o inquérito pela morte da modelo. Ele, que é a única testemunha do acidente, prestou depoimento na capital, onde mora. Antes, o marinheiro que fez o resgate e também o dono da marina, que deu alertas de mau tempo a Jorge, também tinham sido ouvidos.

De acordo com o delegado Vanderle Pagliarini, o depoimento de Jorge confirmou o que a polícia já sabia por meio desses relatos e evidências materiais - como o fato do corpo de Carol ter sido encontrado sem colete salva-vidas no dia seguinte ao acidente. Os equipamentos de segurança da embarcação foram encontrados dentro de um compartimento da lancha que, que após ficar à deriva, naufragou.

“Ele contou que estavam sem colete, que ela segurava uma caixa com os dois cachorros abrigando da chuva, quando foi arrastada pelo vento. Ele disse que foi ao mar para tentar resgatar a modelo, mas que ela afundou. Contou também que ela chegou a submergir na superfície, mas já aparentemente desmaiada”, disse. Como o mar estava revolto, Jorge não conseguiu ver mais a esposa. Jorge pulou no mar para tentar salvar a esposa.

Esse depoimento vai ser anexado ao inquérito e entregue ao Ministério Público até o fim desta semana. Jorge vai ser indiciado por homicídio porque a polícia considera que ele foi alertado previamente sobre as condições climáticas e assumiu o risco ao permanecer no mar. Também cabe ao piloto da embarcação a responsabilidade de obrigar os tripulantes a usarem coletes sava-vidas.

O G1 procurou Jorge, por meio do pai dele, Alfredo Sestini, mas ele não atendeu as ligações da reportagem. A família não tem atendido a imprensa desde o dia do acidente.

Marinha

Além da investigação da Polícia Civil, a Marinha também investigava o caso. A Capitania dos Portos informou apenas que o depoimento do marido foi coletado no dia 30 de maio, mas não forneceu nenhuma informação sobre o teor ou conclusão do procedimento.

O órgão periciou a lancha em abril e afirmou que a documentação da embarcação estava em dia.