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Polícia
30/09/2025 09:31:00
Prefeito preso, vereador e mais 24 são denunciados por corrupção em Terenos

MMN/PCS

Henrique Budke, Arnaldo Glaglau, políticos e empresários podem responder por organização criminosa, corrupção e frustrar competitividade de licitações

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) denunciou o prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB) e mais 25 pessoas envolvidas no suposto esquema de corrupção na prefeitura, desmontado após a Operação Spotless, em setembro de 2025. Budke está preso há mais de 20 dias.

Licitações de obras públicas eram direcionadas, e empresas se revezavam nos serviços, garantindo que o grupo se beneficiasse do esquema, que incluía pagamento de propina ao prefeito e outros citados.

Foram denunciados:

Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos

Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário

Arnaldo Santiago, empresário

Cleberson José Chavoni Silva, empresário

Daniel Matias Queiroz, empresário

Edneia Rodrigues Vicente, empresário

Eduardo Schoier, empresário

Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário

Felipe Braga Martins, empresário

Fernando Seiji Alves Kurose, empresário

Genilton da Silva Moreira, empresário

Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário

Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura

Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro

Luziano dos Santos Neto, empresário

Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal

Marcos do Nascimento Galitzki, empresário

Nádia Mendonça Lopes, empresária

Orlei Figueiredo Lopes, comerciante

Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário

Rogério Luís Ribeiro, empresário

Sandro José Bortoloto, empresário

Sansão Inácio Rezende, empresário

Stenia Souza da Silva, empresário

Tiago Lopes de Oliveira, empresário

Valdecir Batista Alves, empresário

“O que se apurou na investigação é uma organização criminosa instalada no Poder Executivo do Município de Terenos atuando há anos para fraudar licitações e saquear os cofres públicos, um verdadeiro balcão de negócios comandado pelo Prefeito Municipal [Henrique Budke]”, pontuou o procurador-geral de Justiça Romão Ávila Milhan Júnior.

Assim, o chefe do MPMS pede que Budke se torne réu por organização criminosa e crime de frustração do caráter competitivo de licitação. Todos os outros réus ainda foram denunciados pelo crime de frustração do caráter competitivo de licitação.

O prefeito afastado ainda pode responder por corrupção passiva e lavagem de capitais. Orlei também foi denunciado por lavagem de capitais.

Já por organização criminosa foram denunciados Arnaldo Glagau, Arnaldo Santiago, Cleberson, Eduardo, Fábio, Fernando, Genilton, Hander, Isaac, Leandro, Nádia, Orlei, Rinaldo, Rogério, Sandro, Sansão, Tiago e Valdecir.

Ainda foram denunciados por corrupção ativa Cleberson, Felipe, Luziano e Sandro. Por corrupção passiva, podem se tornar réus Eduardo, Isaac e Orlei.

O MP ainda pede a decretação de perda de bens de Budke que tenham sido adquiridos por meio do esquema, além do prefeito afastado, Eduardo, Orlei e Valdecir ficarem inelegíveis pelo dobro da pena que possam vir a ser condenados.

Operação do Gaeco em Terenos prende prefeito

A Prefeitura de Terenos foi alvo de devassa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) em 9 de setembro.

Foram expedidos 16 mandados de prisão, além de 59 mandados de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP).

Prefeito de Terenos chefiava esquema de fraude em licitação Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), em 9 de setembro.

A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definido. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.

Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassam os R$ 15 milhões.

O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, e aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.

A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.

Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).