Polícia
05/11/2025 12:37:00
Promotor de Coxim recorre e pede volta de réus da Grilagem de Papel à prisão
Ministério Público fundamentou o recurso enfatizando que a instrução processual está expondo novos e graves fatos praticados pelos réus
Sheila Forato
lt;pgt;O promotor de Coxim, Michel Maesano Mancuelho, responsável por toda investigação que resultou na operação Grilagem de Papel, recorreu da decisão de primeira instância que concedeu liberdade aos réus da chamada organização criminosa, voltada a pratica de esquemas para emissão fraudulenta de certidões de regularizações fundiárias. Caso o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) dê provimento ao recurso os quatro réus podem voltar para a prisão.lt;/pgt;
lt;pgt;São eles: Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Tributação da Prefeitura de Coxim, apontado como o líder da organização; Thiago Cruz Cassiano da Silva, ex-gerente de Habitação; Marcio Rodrigues da Silva, escrivão que era lotado na Tributação e Ivandir Adão Albrecht Junior, que atuava na localização de imóveis a serem grilados, conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Vale lembrar que os citados ficaram presos por quase quatro meses, de maio a setembro. lt;/pgt;
lt;pgt;Em 40 páginas, o promotor fundamentou o recurso, enfatizando que a produção de provas testemunhal ainda não foi concluída e que a instrução processual está expondo novos e graves fatos praticados pelos réus, lt;emgt;“além de reafirmar aquilo que foi demonstrado pelo Ministério Público, consistente na prática reiterada dos crimes de constituição de organização criminosa; obstrução de investigação sobre organização criminosa; corrupção passiva; inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade ideológica e lavagem de capitais”lt;/emgt;, escreveu Mancuelho em trecho do recurso.lt;/pgt;
lt;pgt;O promotor citou que em benefício do grupo houve até o emprego de arma de fogo para obstrução das investigações por parte dos réus Rodrigo e Márcio, sendo que o primeiro não detém porte de arma de fogo. Ainda de acordo com o Ministério Público, uma testemunha confirmou que sofreu grave ameaça com arma de fogo dentro das dependências da Gerência de Tributação ao descobrir que tinha sido vítima da organização, perdendo imóveis.lt;/pgt;
lt;pgt;No recurso consta que Márcio se valia da qualidade de escrivão, função que voltou a exercer desde que ganhou liberdade, para realizar pesquisas em sistemas internos da polícia a pedido de Rodrigo. Confira um dos trechos das conversas interceptadas entre os dois:lt;/pgt;
lt;ulgt;lt;ligt;lt;pgt;Rodrigo: “Bebê, faz aquela pesquisa apurada desse cabra. Que pelo visto vou ter que ir em sgo buscar as oreia dele no saco de pão”.lt;/pgt;lt;/ligt;lt;ligt;lt;pgt;Márcio: “O que quer saber?”lt;/pgt;lt;/ligt;lt;ligt;lt;pgt;Rodrigo: “Tudo até a cor da cueca”lt;/pgt;lt;/ligt;lt;ligt;lt;pgt;Márcio: “Hehehe. Vou ver o que consigo”lt;/pgt;lt;/ligt;lt;/ulgt;
lt;pgt;Em seguida o Márcio manda uma foto, Rodrigo confirma a identidade e é informado que existe um registro de violência doméstica contra o mesmo. Os dois seguem conversando no WhatsApp e Rodrigo pergunta a Márcio se tem algum investigador em São Gabriel do Oeste que pode dar um sacode no individuo, mas, recebe uma resposta negativa.lt;/pgt; lt;pgt;Com base em diversas situações já comprovadas, Mancuelho escreveu: lt;emgt;“É inegável que as particularidades e as circunstâncias fáticas dos delitos, bem como a própria dinâmica dos acontecimentos, evidenciam a gravidade concreta das condutas perpetradas, indicando a periculosidade dos denunciados, nociva à segurança e à incolumidade social, que empregaram diversos meios para obstruir as investigações e silenciar as vítimas dos atos lesivos praticados.
lt;/emgt;lt;/pgt;
lt;pgt;Todos os advogados dos réus já se manifestaram pelo improvimento do recurso impetrado pelo Ministério Público.lt;/pgt;

