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Política
10/07/2025 10:29:00
Antes de se filiar ao PL, Azambuja já dá as cartas no partido em Mato Grosso do Sul
O ex-governador estaria realizando reuniões com os filiados à legenda que estariam descontentes com a chegada dele à sigla

CE/PCS

Mesmo ainda não tendo se filiado ao PL, o ex-governador Reinaldo Azambuja já está dando as cartas no partido em Mato Grosso do Sul, reunindo-se com os integrantes da legenda que estão descontentes com a chegada dele à sigla.

O Correio do Estado apurou que Azambuja realizou a primeira reunião nesse sentido na segunda-feira, com o deputado estadual João Henrique Catan, e a próxima deve ser com o deputado federal Marcos Pollon.

Esses dois parlamentares são os maiores críticos da chegada do ex-governador ao PL, sendo que, em 2019, o deputado João Henrique Catan foi o principal parlamentar da Assembleia Legislativa a contestar as medidas fiscais tomadas por Azambuja à época. “Foi péssimo, um péssimo presente de Natal. Remédio amargo do governo para o cidadão”, declarou.

Já o deputado Pollon ficou, em 2024, enfurecido com a direção nacional do PL por indicar apoio à candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) a prefeito de Campo Grande, após encontro de Azambuja com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, em Brasília (DF).

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Pollon disse que mantinha a palavra de nunca apoiaria um tucano, referindo-se ao colega de Câmara dos Deputados. “Recebi a notícia de que houve uma reunião da alta cúpula [do PL] em Brasília para se alinhar ao PSDB. Minha mãe não pariu um homem saco de bosta. Vocês queriam um candidato viável do PL? Então agora vocês têm. Sou pré-candidato a prefeito e na última eleição fiz quase 40 mil votos. Agora a decisão é da executiva nacional”, declarou à época.

Agora, cabe a Azambuja apaziguar os ânimos desses dois deputados bolsonaristas, bem como das outras dezenas de filiados ao partido que não queriam, em hipótese alguma, o ex-governador no partido de Bolsonaro e ainda menos no comando estadual da sigla.

Aparentemente, de acordo com apuração do Correio do Estado, a reunião do ex-governador com João Henrique Catan foi em tom conciliador e o deputado estadual teria ficado de pensar na possibilidade de não deixar a legenda com a chegada de Azambuja.

AGREGADOR

Na semana passada, após encontro com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o secretário-geral da legenda, senador Rogério Marinho, o ex-governador encaminhou o ingresso no partido e revelou que deveria assinar, em até 15 dias, a ficha de filiação para tentar se eleger para uma das duas vagas ao Senado nas eleições gerais de 2026.

Em conversa com o Correio do Estado depois do encontro que teve em Brasília (DF), ele já falava como mais um integrante dos quadros do partido ao qual comandará em Mato Grosso do Sul, com a missão de fortalecer a sigla regionalmente.

“Nossas tratativas avançaram bastante porque o Valdemar e o Rogério entendem que a minha ida para o PL também levará para a legenda outras lideranças políticas do Estado, como deputados, prefeitos e vereadores”, declarou, reforçando que vai para a sigla “para somar e multiplicar, não para dividir”.

Azambuja completou que a conversa foi muito positiva e alinhou com as duas lideranças nacionais do PL que pretende construir um partido mais forte no Estado.

“Queremos dar mais musculatura política, respeitando também as lideranças que já estão no partido. Por isso, vou conversar com quem ainda não falei, pois não quero excluir ninguém”, avisou, mandando um recado para os descontentes com a sua chegada.

Para finalizar, o ex-governador revelou que já marcou um novo encontro com os caciques do PL em Brasília para daqui duas semanas, quando deve aparar as últimas arestas e, provavelmente, assinar a ficha de filiação ao partido, pondo fim a uma novela que se arrasta desde o ano passado.