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Fiel defensora da legalização do cigarro eletrônico no Brasil, a senadora por Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke (Podemos), está sendo acusada de ter viajado para a Itália com todas suas despesas pagas por uma empresa de tabaco, a Philip Morris.
Segundo a matéria, ao defender a legalização do cigarro eletrônico no país, Tronicke costuma usar detalhes sobre sua viagem que fez no mês de maio para a cidade de Bolonha, na Itália, onde conheceu as instalações da Philip Morris, a gigante do tabaco. Os detalhes sobre a o caso, foi noticiado na edição deste mês da Revista Piauí.
Ao se encantar com a estrutura da empresa, Soraya usou o caráter visionário e inovador dos cigarros eletrônicos: eles são o futuro. O futuro do emprego, o futuro dos investimentos e, acredita ela, até o futuro de uma população de fumantes mais saudável.
A senadora concorda com a maior bandeira da propaganda dos fabricantes: que os cigarros eletrônicos – também chamados de vaporizadores, ou apenas vapes – são uma alternativa menos prejudicial ao organismo do que os cigarros tradicionais. Por isso apresentou no ano passado um projeto de lei que regulamenta os vapes, atualmente proibidos no Brasil.
Mas o que a senadora de Mato Grosso do Sul não costuma a divulgar, segundo a reportagem, é que sua viagem a Bolonha foi toda custeada pela Philip Morris, empresa que tem interesse na aprovação do projeto de lei no Brasil.
Acompanhada de mais dois senadores, Soraya conheceu todas as etapas da produção do cigarro eletrônico, da trituração das folhas de tabaco – importadas do Sul do Brasil – ao empacotamento nas caixinhas da Philip Morris. Thronicke diz ter ficado impressionada com o que viu. “Não se investe mais em cigarro comum. Só países de Terceiro Mundo, subdesenvolvidos, incluindo o Brasil”.
Segundo a revista Piauí, a viagem da senadora é tratada com enorme discrição. Ao ser questionada sobre o patrocínio da visita, a empresa, em nota, limitou-se a dizer que “a viagem foi organizada pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (Italcam)”. O vice-diretor geral da Italcam, Alfredo Pretto, disse que não comentaria o patrocínio, por se tratar de “informações organizativas internas”, e que o responsável pela visita foi o ex-senador paraibano Cássio Cunha Lima. Procurado, Cunha Lima, dono de uma consultoria que faz lobby para a Philip Morris em Brasília, não quis falar sobre o assunto devido a “restrições contratuais”.
Proibição
O cigarro eletrônico está proibido no Brasil desde 2009, depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o considerou um produto altamente nocivo à saúde pública e que causa dependência. Desde então, numerosos estudos científicos e fatos médicos vieram corroborar essa avaliação. A indústria tabagista, porém, continua a propalar as vantagens dos vapes e não tem medido esforços para convencer políticos brasileiros.
Espaço está aberto para a manifestação da senadora citada na matéria.