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Política
16/09/2025 18:14:00
Oposição nomeia Eduardo como líder da minoria para deputado manter mandato dos EUA
Grupo usará resolução da Mesa Diretora da Câmara de 2015 para evitar contagem de faltas do deputado

R7/PCS

É repugnante a forma com que os políticos advogam em causa própria, enquanto isso patetinha se diverte nos EUA

A oposição nomeou nesta terça-feira (16) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como líder da minoria na Câmara dos Deputados. A ação é uma estratégia para evitar que o parlamentar perca o mandato por faltas, pois ele está morando nos EUA desde o fim de fevereiro buscando sanções a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

O grupo está usando como base uma resolução da Mesa Diretora da Câmara de março de 2015, que prevê que membros da Mesa e líderes de partido terão as ausências justificadas de forma automática.

Anteriormente, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) era a líder da minoria. Agora, ela será a vice-líder e atuará de forma presencial na ausência de Eduardo.

Segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi comunicado sobre a ação, mas não deve dizer se concorda ou não, visto que a medida é uma previsão da Mesa Diretora.

A resolução, no entanto, não especifica se o líder precisa estar no Brasil ou quais poderiam ser os motivos da ausência. Somente a Mesa Diretora pode mudar a resolução.

A resolução foi apresentada pela então deputada federal Mara Gabrilli, hoje senadora, em 2015.

“Analisada a questão, a Mesa Diretora, por unanimidade, resolveu rever o entendimento de Mesas anteriores, considerando justificadas as ausências de registro no painel eletrônico, nas Sessões deliberativas da Casa, somente dos Senhores membros da Mesa Diretora e dos Líderes de Partido”, diz trecho da resolução.

Eduardo está nos EUA

Inicialmente, Eduardo pediu licença por 120 dias, prazo máximo de afastamento permitido — essa licença terminou em julho. Ele foi aos Estados Unidos alegando que iria “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.

O pedido foi feito uma semana antes de o STF tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado. Na semana passada, o ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.

A ação de Eduardo nos EUA já resultou na aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo do golpe. A lei é uma espécie de “morte financeira”, sendo aplicada, na maioria das vezes, contra corruptos e violadores de direitos humanos.

O deputado também seria um dos responsáveis pela aplicação da tarifa de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA. Isso porque o presidente dos EUA, Donald Trump, ao anunciar a taxação, citou como um dos motivos o processo pelo qual Bolsonaro foi condenado.

Em agosto, a Polícia Federal indiciou o deputado e o ex-presidente por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

Segundo a corporação, Eduardo estaria tentando interferir na Justiça brasileiro em prol do pai.

A Polícia Federal destacou que o deputado “vem atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado brasileiro”.

Perguntas e Respostas

Quem foi nomeado como líder da minoria na Câmara dos Deputados?

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi nomeado como líder da minoria na Câmara dos Deputados.

Qual é a estratégia da oposição ao nomear Eduardo Bolsonaro?

A estratégia da oposição é evitar que Eduardo perca o mandato por faltas, já que ele está morando nos EUA desde o fim de fevereiro.

Qual resolução está sendo utilizada para justificar as ausências de Eduardo Bolsonaro?

A oposição está utilizando uma resolução da Mesa Diretora da Câmara de março de 2015, que prevê que membros da Mesa e líderes de partido terão as ausências justificadas automaticamente.

Quem era a líder da minoria antes de Eduardo Bolsonaro e qual será seu novo papel?

A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) era a líder da minoria e agora será a vice-líder, atuando de forma presencial na ausência de Eduardo.

O que foi comunicado ao presidente da Câmara sobre essa ação?

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), informou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi comunicado sobre a ação, mas não deve se pronunciar sobre sua concordância.

A resolução de 2015 especifica se o líder precisa estar no Brasil?

A resolução não especifica se o líder precisa estar no Brasil ou quais poderiam ser os motivos da ausência. Somente a Mesa Diretora pode alterar a resolução.

Quem apresentou a resolução em 2015?

A resolução foi apresentada pela então deputada federal Mara Gabrilli, que atualmente é senadora.

Qual foi o motivo da licença de Eduardo Bolsonaro?

Eduardo pediu licença por 120 dias, o prazo máximo de afastamento permitido, alegando que iria buscar sanções contra violadores de direitos humanos.

Qual foi a consequência da ação de Eduardo nos EUA?

A ação de Eduardo resultou na aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, que é relator do processo do golpe.

Qual é a relação entre Eduardo Bolsonaro e a tarifa de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA?

Eduardo é mencionado como um dos responsáveis pela aplicação da tarifa de 50% a produtos brasileiros, que foi anunciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em parte devido ao processo pelo qual Jair Bolsonaro foi condenado.

O que a Polícia Federal investiga em relação a Eduardo e Jair Bolsonaro?

A Polícia Federal investiga Eduardo e Jair Bolsonaro por suspeitas de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Qual é a suspeita sobre a atuação de Eduardo nos EUA?

A suspeita é que Eduardo esteja nos EUA tentando interferir na Justiça brasileira em favor de seu pai, e a Polícia Federal já indiciou ambos.

O que a Polícia Federal afirmou sobre as ações de Eduardo nos últimos meses?

A Polícia Federal afirmou que Eduardo tem atuado junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos com o intuito de obter sanções contra agentes públicos do Estado brasileiro.