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Tecnologia
25/09/2017 12:14:00
Esquema de pirâmide financeira com moeda digital movimentou R$250 milhões
Os 11 detidos pela Operação Patrik, no DF, são acusados de terem enganado 40 mil pessoas com a moeda digital Kriptacoin.

IDGNow/PCS

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta semana 11 suspeitos de participarem de um esquema de pirâmide financeira que usava a moeda digital Kriptacoin. As informações são da Agência Brasil.

Segundo os investigadores da chamada Operação Patrik (um anagrama da palavra Kripta), alguns dos detidos já tinham sido investigados anteriormente pelas autoridades por outros crimes como estelionato, associação criminosa e tráfico de drogas.

Os golpistas na mira das autoridades do DF são acusados de lavagem de dinheiro, organização criminosa, estelionato e uso de documento falso, além do já citado crime de pirâmide financeira. Vale notar que ainda há duas pessoas foragidas – eram 13 mandados de prisão preventiva, dos quais foram cumpridos 11.

Prejuízo de R$250 milhões

A Polícia Civil estima que os golpes praticados pela quadrilha com o uso da moeda digital em questão tenham atingido cerca de 40 mil pessoas com um prejuízo em torno de 250 milhões de reais. Conforme publicado pela Agência Brasil, o número de vítimas pode superar os 40 mil por conta da divulgação da operação que prendeu pessoas ligadas à empresa Wall Street Corporate, além de algumas empresas laranjas.

“Marketing multinível”

Por meio do seu advogado João Paulo Todde, a Wall Street Corporate nega as acusações e diz que as informações que circulam na mídia sobre o caso são apenas “meras especulações”.

Segundo Todde, seus clientes praticavam o que ele chama de “sistema de marketing multinível” – um modelo de remuneração que é usado para manter as vendas de produtos e serviços, onde o retorno financeiro é destinado não só ao profissional que fez a venda, mas também a sua linha patrocinadora. “São informações muito técnicas que as pessoas acabam desconhecendo e replicando de forma indevida”, afirma.

No entanto, o procurador do MPDFT, Paulo Roberto Binicheski, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon), afirma que esse chamado “marketing multinível” é, na verdade, o já citado esquema de pirâmide financeira já que exige “trazer outras pessoas para obter lucro”. Segundo ele, “a principal diferença entre pirâmide financeira e marketing multinível é que, na primeira, não existe a venda de um produto real que sustente o negócio, ou seja, a comercialização de produtos ou serviços tem pouca importância para a sua manutenção".