VERSÃO DE IMPRESSÃO
Tecnologia
23/04/2018 18:26:00
Legendas falsas em fotos reais fazem estragos na internet
O que têm em comum as fotos do tríplex, de Zuckerberg no Congresso americano e da ativista negra morta nos EUA?

Época/PCS

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Às 8h44 da última terça-feira (17), o UOL foi para o Twitter com a seguinte informação: “Tríplex atribuído a Lula encalha. Ninguém deu lance no imóvel desde que Moro determinou venda em leilão”.

Minutos depois, militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) entraram no local e por lá permaneceram por cerca de duas horas. Até aí o país tinha duas notícias que dialogavam entre si — ambas sobre o apartamento do Guarujá (SP) que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão.

Mas demorou pouco para que divergências viessem à tona. As imagens feitas pelo MTST dentro do tríplex não se pareciam em nada com a usada pelo UOL nas redes. Qual era a real: a dos cômodos brancos e empoeirados ou a das mesas de bilhar e vista para o mar? Os fact-checkers se debruçaram sobre o caso.

Erros graves envolvendo fotografias e legendas chamaram a atenção dos checadores nas últimas semanas. Na segunda-feira (9), a Getty Images, conhecida pelas fotos que distribui por todo o mundo, disponibilizou imagens de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, andando pelos corredores do Congresso americano ao lado de uma mulher de cabelos pretos e traços asiáticos. Na legenda da fotografia, reproduzida à exaustão em artigos como os do Yahoo e da AFP, por exemplo, ia a informação de que a jovem era Priscilla Chan, mulher de Zuckerberg. Mas não era.

Horas depois de a série de fotos ganhar o mundo e as redes, checadores identificaram que, na verdade, se tratava de Andrea Besmehn, assistente executiva do CEO do Facebook — não da primeira-dama da rede social. Mas já era tarde. Como retirar da internet fotos mal legendadas?

Em 28 de março, outro caso semelhante rodou o mundo. Junto com o obituário de Linda Brown, jovem negra que ficou famosa na década de 1950 por um processo que proibiu a segregação racial nas escolas dos Estados Unidos, a Associated Press divulgou como se fosse de Linda uma fotografia que não era dela. A imagem equivocada apareceu no New York Times e no Le Monde — para não falar na quantidade de vezes que foi postada nas redes sociais.

Avisada sobre o erro, a AP mandou um alerta a todos os seus clientes. Eles deveriam descartar a foto errada. Mas, de novo, já era tarde. Na última quinta-feira (19), quem buscasse no Google Imagens por “Linda Brown” encontrava a imagem equivocada como a primeira opção de resultado — a correta é a destacada em laranja.