VERSÃO DE IMPRESSÃO
Turismo
01/04/2023 08:07:00
Após quatro anos de seca, Pantanal volta a ter cheia e favorece pesca esportiva
Temporada de chuvas no primeiro semestre deste ano aumentaram o nível dos rios da Bacia do Paraguai

CGN/PCS

Foto: Arquivo

Após quatro anos de seca no Pantanal, entre 2019 e 2022, a intensidade das chuvas que ocorreram na bacia do Rio Paraguai no primeiro semestre deste ano trouxeram um novo cenário produtivo, especialmente, para a pesca.

Em Cáceres (MT), o Rio Paraguai superou 5,36 metros, maior nível desde 2018 (4,96m). A previsão é de que essa água chegará em junho a Ladário, cidade vizinha a Corumbá, a 419 km da capital, onde o Paraguai ainda está baixo (2,39m) para a média histórica (em 2018, atingiu 4,10m, no período), conforme monitoramento da Marinha Brasileira.

Com o ressurgimento das baías, corixos e campos inundados, o pesquisador da Embrapa Pantanal, Agostinho Catella, prevê que Mato Grosso do Sul terá um bom ano para a produção pesqueira. “As condições ambientais (do Pantanal) em 2023 devem concorrer positivamente para a produção natural de peixes e para a pesca”, afirma.

Em fevereiro, o fim da piracema coincidiu com a subida das águas, o que favoreceu a manutenção do estoque pesqueiro. De acordo com Catella, o fluxo dos peixes também é alterado. Os peixes grandes, os jovens recém nascidos e os ovos rodam rio abaixo e adentram os campos inundados, onde encontram alimento e abrigo. “Na vazante, com o refluxo das águas, os adultos retornam para os rios e reiniciam um novo ciclo. Outras espécies, que não fazem piracema, permanecem nos alagados durante a estiagem”, observa.

Segundo o pesquisador, com mais água os peixes conseguem manter grandes populações, o que garante a piscosidade dos rios do Pantanal. Catella também reforça que a subida das águas também oferece mais opções de pesca e um mergulho nas águas limpas das baias.

Embrapa aponta que os rios da Bacia do Paraguai estão em época adequada para a pratica do pesque e solte (Foto: Reprodução/ACERT)

Pesca esportiva

O ambiente também muda o comportamento dos peixes e da pescaria. No período de seca, o peixe se concentra nas calhas do rio e em águas mais velozes. Com maior volume de água, as possibilidades da pesca se ampliam, com mais pontos de captura e acesso a outros tipos de peixe.

A ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo) aponta que esse período é um dos mais adequados para praticar o pesque e solte, especialmente em Corumbá, que tem a melhor estrutura para a pesca esportiva.