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Turismo
30/01/2019 17:21:00
Cota zero vai aumentar estoque de peixes nos rios e atrair turistas
Governador afirma que sistema passa por transição, mas beneficiará vários setores

CE/PCS

A cota zero para a pesca nos rios de Mato Grosso do Sul, que deve começar a valer a partir de fevereiro, vai preservar o meio ambiente, aumentando o número de peixes nos rios e, consequentemente, atrair mais turistas para o Estado, segundo disse o governador Reinaldo Azambuja, em entrevista na manhã de hoje ao programa Café com Blink. O anúncio da cota zero foi feito no último sábado e o sistema passa agora por uma transição, até a medida entrar em vigor.

O decreto que trata sobre o tema está sendo elaborado por por técnicos da secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e as normas devem ser publicadas no próximo mês.

A proposta levantou alguns questionamentos de pescadores e empresários do ramo turístico, que chegaram a protestar contra a medida. Sobre a situação, governador garantiu que não há motivos para temor e que o turismo vai ser preservado, assim como as atividades relativas ao setor.

“No mundo todo, País nenhum tem essa questão de você extrair o peixe e levar. No Brasil, hoje, praticamente dois ou três estados só permitem você tirar o peixe do rio e ter cota para transporte de pescado. Então, nós estamos evoluindo até. O vendedor de isca vai continuar vendendo isca. O pescador amador quer o que? Pescar o peixe e fazer uma fotografia. Nós vamos estabelecer cota mínima porque já tem cota máxima, porque você preserva os reprodutores, as matrizes.”, disse Azambuja.

O governador afirmou ainda que, há cerca de dez anos, o rio Miranda tinha estoque de peixe enorme, mas foi diminuindo ano a ano por conta da pesca. Com a dimuinação das espécies, diminuiu também o número de turistas.

“O pescador vinha porque tinha peixe. Hoje ele já não vem mais, ele vai para Manaus, para o Amazonas, para a Argentina. Se você olhar, a Argentina depois que proibiu, que fez o cota zero, as pousadas estão lotadas, não tem vaga. O turismo vai aumentar”, projetou.

O anúncio da cota zero foi feito no último sábado (26) e o sistema passa agora por uma transição, até a medida entrar em vigor. No novo sistema, o Estado estabelecerá uma cota de pescado para ser degustado no barco ou na pousada e também definirá uma política de sustentabilidade dos pescadores profissionais.

“Agora é uma transição. Nós vamos discutir para pesca amadora, pesca esportiva. Nós estamos realizando um estudo técnico, científico. Na hora que você restabelecer o estoque pesqueiro, mais turistas irão. O que está acontecendo é que o turista não está vindo para MS. Vamos é fomentar. Nós vamos organizar para fazer essa transição”, disse.

Outras medidas para preservar as espécies foi tomada no fim do ano passado, com a sanção da lei que proíbe a pesca do Dourado (Salminus brasiliensis ou Salminus maxillosus) nos próximos cinco anos nos rios do Estado, além do fim da cota de pesca amadora.

AVALIAÇÃO POSITIVA

Para o presidente da Associação de Pesca Esportiva do Pantanal (Apep), Alexandre Pierin, a nova legislação anunciada por Azambuja, além de preservar o meio ambiente, despertará uma nova consciência no pescador e no turista. “A proibição do dourado foi uma vitória e agora, com a cota zero, haverá menos pressão nos rios, principalmente no Pantanal, e estaremos preservando também a cultura da pesca esportiva”, declarou.

Especialista em ictiofauna, o biólogo Thomaz Lipparelli, também elogiou a medida, afirmando que a cota zero será a sobrevida dos estoques pesqueiros e também um divisor de águas para o pescador profissional que vive nas barrancas dos rios. “A alternativa desse pescador está na pesca esportiva, onde ele pode ter trabalho e renda”, disse. “Hoje o pescador busca a esportividade e a cota zero vai tornar a pesca no Estado em evidência, atraindo mais turistas”, finalizou.