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18/09/2018 14:30:00
Brasil tem casos recentes de rompimento de airbags da Takata, apesar de recalls terem começado em 2013

Auto Esporte/LD

O Brasil teve casos recentes de rompimento de airbags da Takata, apesar de os recalls dos chamados "airbags mortais" terem começado no país há 5 anos, em 2013.

A ocorrência mais recente informada ao Ministério da Justiça foi de janeiro deste ano, em um carro da Honda.

Além deste, o governo foi informado de que casos têm sido registrados por montadoras desde 2011, antes de o escândalo vir à tona, até 2017. Os recalls no país foram aumentando de 2013 para cá, envolvendo mais de 2 milhões de unidades do equipamento.

Até agora se sabe de 29 casos de rompimento do airbag no Brasil, com feridos em 11 deles e nenhuma morte, conforme o que relataram ao G1 duas das 15 montadoras que convocaram recalls desses airbags no país.

No exterior, o defeito é ligado a ao menos 22 mortes.

O que se sabe

Na quinta-feira passada (13), a Honda informou ter contabilizado 28 casos, com feridos em 11.

Na última segunda (17), a Toyota confirmou 1 caso, sem feridos.

As duas marcas respondem pela maioria dos veículos convocados para recalls dos airbags da Takata no Brasil.

Das demais marcas envolvidas nesses chamados no país, 12 disseram ao G1 que não registraram nenhum caso de rompimento: Audi, BMW, Chevrolet, FCA (dona das fabricantes Fiat, Chrysler, Jeep e RAM), Ford, Lexus (que pertence à Toyota), Mitsubishi, Nissan e Subaru.

A Volkswagen não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Casos desde 2011 a 2018

Há poucos detalhes sobre os 29 casos informados até agora.

A Toyota disse que sua única ocorrência foi em março de 2017, "na Região Norte" do país, em um Corolla 2002 que não atendeu ao recall.

A Honda não divulgou datas nem a localização, assim como o número de feridos -- apenas de casos em que houve feridos-- nem a gravidade.

Ao Ministério da Justiça, após notificação, a montadora informou 27 ocorrências. O governo diz que "os números estão sendo atualizados, de modo que as respostas podem variar à medida que o tempo passa".

O que foi relatado ao ministério pela Honda até agora:

-1 acidente relativo ao airbag do passageiro dos veículos City, 2010 a 2011, ocorrido em dezembro de 2017;

-13 acidentes relacionados ao airbag do passageiro dos veículos Civic 2001 a 2003, ocorridos entre agosto de 2012 e janeiro de 2018;

-11 acidentes ligados ao airbag do passageiro dos veículos Civic 2001 a 2002, acidentes ocorridos entre setembro de 2011 e outubro de 2017;

-2 acidentes ligados ao airbag do passageiro dos modelos Civic, 2007 a 2009, ocorridos entre maio de 2016 e fevereiro de 2017.

O ministério diz que não foi informado previamente sobre esses casos e nem sobre a ocorrência da Toyota, o que contraria a lei. E que as montadoras são obrigadas a relatar local e data do acidente, identificação das vítimas, danos materiais e físicos causados, dados dos processos judiciais e providências adotadas em relação às vítimas.

Em caso de descumprimento, ainda segundo o governo, a empresa pode sofrer as sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor, que vão desde multa até a suspensão das atividades, além de ter que responder inclusive criminalmente.

Sobre recalls

Os recalls são medidas obrigatórias para qualquer fabricante após detectar problemas que coloquem em risco a vida do usuário. De acordo com o Procon-SP, qualquer serviço de reparo feito pelas montadoras de veículos nestes casos é gratuito. Além disso, não pode ser estabelecido prazos para o agendamento da vistoria.