Sexta-Feira, 17 de Outubro de 2025
Mundo Pet
17/10/2025 11:05:00
Obesidade cresce entre cães e gatos: saiba como evitar que seu pet engorde
Ambiente que você oferece para o seu pet pode favorecer o ganho de peso dele

R7/PCS

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Já parou para pensar se o ambiente que você oferece para o seu pet favorece o ganho de peso dele? Esse lugar compreende desde os hábitos das pessoas até realmente o que fica disponível o tempo todo para o animal.

Você é daqueles que ao fazer uma refeição fica com dó da carinha de “pidão” do seu bichinho e antes da segunda olhada, já tira um pedaço da comida e satisfaz aquela vontade do peludo? Cuidado!! Esse “tequinho” de alimento pode ter consequências graves para a saúde de gatos e cães.

O equilíbrio indicado para a vida dos humanos se aplica na rotina dos pets também. Petiscos liberados, comida em excesso e baixa atividade física podem resultar em sobrepeso e até obesidade nos animais. Um levantamento do Banfield Pet Hospital indica que o número de cães com sobrepeso ou obesidade aumentou 108% no Brasil desde 2011. Entre os gatos, o salto foi ainda maior: 114%.

Ainda, segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), mais de 40% dos cães apresentam sobrepeso e obesidade no município e região metropolitana de São Paulo.

Assim como algumas pessoas já tem predisposição ao ganho de peso, algumas raças de cachorro também, como Labradores, Golden retrievers, Buldogues, além de gatos sem raça definida. Algumas condições, como a castração, podem influenciar no controle do peso. Por isso, os hábitos, nestes casos, se tornam ainda mais importantes.

Aos olhos de muitos, aquela “pancinha” saliente e em muitos casos, quase encostando no chão, é algo fofo, bonitinho, mas saiba que esse corpo pesado do seu pet pode abreviar a vida dele com riscos de doenças articulares, respiratórias, cardiovasculares, além de prejudicar o intestino, metabolismo e aumentar a incidência de câncer. Nos felinos, as chances de diabetes tipo 2 são ainda maiores.

Segundo a médica-veterinária Mayara Andrade, de Guabi Natural, da BRF Pet, o tutor deve ficar atento a sinais como dificuldade para se locomover ou subir escadas, respiração ofegante com facilidade, desaparecimento da cintura (o corpo fica com formato cilíndrico) e aumento no volume do abdômen. “É fundamental os check-ups com o médico-veterinário. Somente um profissional pode avaliar a condição corporal e sugerir o melhor plano alimentar e de atividade física”, recomenda Mayara, reforçando que a prevenção é fundamental.

E como prevenir o ganho de peso em excesso?

Mantenha uma dieta equilibrada. “É essencial que o tutor tenha uma comunicação clara e constante com o veterinário, entendendo que a dieta deve ter objetivos realistas e que, em muitos casos, o tratamento é gradual e exige paciência e acompanhamento contínuo. Quando não há controle sobre porções, todos os indivíduos da casa oferecem comida, não há passeios ou estímulos físicos, criamos um cenário perfeito para a obesidade se instalar. Por isso é tão importante a escolha e manejo adequado dos alimentos, sempre com orientação do médico-veterinário que acompanha o pet”, completa Mayara.

“No caso de rações, a quantidade recomendada na embalagem é uma média. Cada animal tem seu próprio metabolismo e o ideal é monitorar o peso e a condição corporal com o apoio de um profissional. A tabela de recomendação é um ponto de partida e deve servir como referência. Ajustes para mais ou menos podem ser feitos para atender as necessidades individuais de cada pet”, explica Mayara, que indica alguns cuidados básicos:

- Ofereça alimentos completos e balanceados, seguindo a orientação do médico-veterinário, e cuidado com os petiscos: “Até 10% das calorias diárias podem ser oferecidas em petiscos. Faça escolhas inteligentes de snacks e converse com o médico-veterinário sobre as opções disponíveis e as necessidades do seu pet”, aconselha.

- Evite dar comida fora de hora: O ideal é estabelecer uma rotina de horários e seguir as quantidades recomendadas na embalagem ou indicadas pelo veterinário.

- Enriqueça o ambiente: gatos adoram prateleiras, túneis e arranhadores. Já os cães precisam de caminhadas diárias, brinquedos interativos e tempo de qualidade com os tutores.

- Estimule o pet a se movimentar: se o animal já está acima do peso, comece aos poucos, respeitando o ritmo dele. Um passeio leve, brincadeiras simples e reforço positivo fazem toda a diferença.

Qual a diferença entre os alimentos light e específico para obesos?

A médica-veterinária explica que os alimentos light são completos, formulados para pets saudáveis com tendência ao ganho de peso, ajudando na manutenção do peso ideal por meio de menor teor de gordura e calorias, além de mais fibras e proteínas.

Já os alimentos para obesos são classificados como coadjuvantes, pois auxiliam no tratamento da obesidade. Eles possuem formulação especial, regulamentação específica e, apesar de restrições maiores de calorias e gorduras, também oferecem todos os nutrientes necessários, dispensando suplementação.

“Na escolha do alimento, pets com sobrepeso (até 30% acima do ideal) se beneficiam de alimentos light, enquanto animais com obesidade (acima de 30% do peso ideal) precisam de alimentos específicos para obesos, que promovem redução de peso de forma segura e sem perda de massa muscular. A decisão deve ser feita com orientação veterinária”, finaliza Mayara.

Por aqui, ninguém solta a pata de ninguém!

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