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Mundo Pet
02/10/2017 12:31:00
Santo André lidera ranking de adoção de animais abandonados na região

Metro/PCS

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Luiz e Athaly com a cadelinha Kiara (Foto: Alessandro Valle)

No quesito adoção de animais abandonados, Santo André lidera com folga em relação às outras cidades do ABC. As oito feiras públicas organizadas pela prefeitura neste ano resultaram em 256 pets que ganharam um novo lar. É uma média de 32 adoções a cada evento realizado no município.

Enquanto isso, São Bernardo realizou seis ações do tipo e conseguiu uma casa para apenas 55 animais – média de nove adoções por feira. Em números absolutos, Santo André fez 365,4% mais adoções neste ano do que a cidade vizinha.

Se comparar com São Caetano, a diferença é ainda maior. No município foram adotados apenas dois gatos nas seis feiras organizadas pela administração municipal.

Para a diretora do departamento de Vigilância e Saúde de Santo André, Ana Lúcia Meira, responsável pela zoonose do município, o trabalho conjunto de vários setores da prefeitura é primordial para o alto número de pets que ganharam novo lar.

“A divulgação também é muito importante. Temos parcerias com ONGs independentes, que ajudam a levar informações para as pessoas. Um dos pontos que também temos é uma feira de adoção mensal, todo último domingo do mês, que virou mania e está cada vez mais conhecida. Hoje, Santo André é uma cidade muito ligada à causa animal”, diz Ana.

Segundo ela, outro diferencial do município é o acompanhamento pós-adoção, que acontece na cidade desde março. Equipes da zoonose vão até a casa dos novos tutores para ver como o animal está se adaptando.

As prefeituras do ABC possuem atualmente 102 animais, entre cães e gatos, esperando por um novo lar: 39 em Santo André, 37 em São Bernardo e 26 em São Caetano. Esses pets chegam até as equipes municipais por serem encontrados sob maus-tratos, abandono ou oferecendo algum risco à saúde pública. Todos eles são vacinados e vermifugados antes da adoção. Há casos em que o animal precisa passar por trabalho de ressocialização antes de ser colocado para acolhimento.

São duas as possibilidades de adoção: nas feiras públicas providas pelas prefeituras (que são divulgadas nos meios de comunicação de cada prefeitura) ou indo diretamente ao centro de zoonose de cada cidade.

‘Amor à primeira vista’

A ideia de adotar um cão só surgiu para Luiz Carlos Odorizzi, 64 anos, morador da vila Santa Tereza, em Santo André, depois que ele se aposentou. “Por conta do trabalho, eu relutava um pouco com isso porque sei que precisa dedicação”, afirma. No entanto, depois que parou as atividades profissionais, decidiu atender um pedido antigo da filha Athaly Odorizzi, 17 anos, e trazer a cadelinha Kiara para casa. “Desde pequena pedia para ter um bichicho. Sempre achei que meu pai nunca iria adotar”, afirma a jovem.

Foi então que, em abril, o aposentado tomou a decisão de ir à feira de adoção realizada pela prefeitura no Parque Central no último domingo de cada mês. “Neste dia me deu um ‘clique’. Cheguei lá e tinha vários animais, mas a Kiara começou a se engraçar para mim. Foi amor à primeira vista. Parecia que ela estava me chamando para ficar com ela”, relata Odorizzi.

Eles afirmam que a chegada da cadelinha mudou completamente a rotina de casa. “Trouxe muita alegria para a gente, a casa ficou mais feliz. A gente sai com ela para passear todos os dias. A Kiara já é a ‘estrela’ do bairro. Todos da vizinhança a conhecem”, diz Athaly.

‘Ela quem me escolheu’

O acaso foi o que uniu a dona de casa Adriana Ikeda Maia, moradora da Vila Alice, em Santo André, e a gatinha Maia. Em julho deste ano, ela foi até ao canil municipal da cidade para procurar pelo gato do irmão que estava desaparecido. Chegando lá, uma troca mútua de carinho entre elas selou a adoção.

“Pedi para visitar os animais que estavam disponíveis. Olhei todos, mas quando entrei parece que a Maia me chamou. Não foi eu que a escolhi, mas ela quem me escolheu. Liguei para o meu marido e avisei que estava adotando uma gata. E ela acabou virando o bebê da nossa família”, diz Adriana.

E foi exatamente isso que aconteceu. A felina hoje tem brinquedos e até passa o tempo se entretendo com um jogo na tela do smartphone de Adriana. “Parece até que ela nasceu aqui.”

A dona de casa afirma que a nova integrante da casa foi responsável por mudanças na rotina da família e até no pensamento do casal. “A gente não tem filhos e nem pensava em ter. Mas a Maia me fez oferecer tanto amor à ela que até essa questão de filho estamos repensando. Hoje, falo para todos que eu conheço para adotar um animal”, afirma.

SERVIÇOS

Centros de zoonose municipais onde é possível adotar

Santo André. rua Igarapava, 239, Valparaíso

São Bernardo. avenida Dr. Rudge Ramos, 1.740, Rudge Ramos

São Caetano. rua Justino Paixão, 141, bairro Mauá

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