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Mundo
21/05/2018 12:31:00
Brasil e outros países latino-americanos não reconhecem reeleição de Maduro
Grupo é formado por 14 países, incluindo Brasil; Rússia e Bolívia apoiam reeleição de Nicolás Maduro. Presidente obteve 67,7% dos votos em eleição com alta abstenção e denúncias de fraude.

G1/PCS

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Nicolás Maduro, logo após o anúncio de vitória nas eleições deste domingo (20) (Foto: Carlos Garcia Rawlins)

O Grupo de Lima, formado por 14 países das Américas, incluindo o Brasil, declarou nesta segunda-feira (21) que não reconhece a legitimidade das eleições presidenciais na Venezuela, em que Nicolás Maduro foi reeleito presidente, e que os países irão convocar seus embaixadores em Caracas para expressar protesto. Outros países condenaram a reeleição de Maduro, enquanto Rússia e Bolívia apoiaram.

As eleições deste domingo foram marcadas por denúncias de fraude, boicote da oposição e alta abstenção. O presidente foi reeleito com 67,7% dos votos (mais de 5,8 milhões) aos 92,6% das urnas apuradas. A participação foi uma das mais baixas da história venezuelana: 46% do eleitorado e um total de 8,6 milhões de votos.

Os outros candidatos, Henri Falcón, que obteve 21% dos votos, e Javier Bertucci, com 11%, denunciaram irregularidades, disseram que não reconheciam o resultado e pediram novas eleições.

O Grupo de Lima é formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

*"[Os países] não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente", diz a nota.* 

"Concordam em reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela, razão pela qual chamarão para consultas os embaixadores em Caracas e convocarão os embaixadores da Venezuela para expressar nosso protesto", acrescenta.

O comunicado do grupo informa ainda que os países reiteram sua preocupação com a situação na Venezuela e vão submeter uma resolução sobre isso à assembleia da à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em um texto divulgado em fevereiro, a OEA tinha pedido o adiamento dessas eleições, que deveriam ocorrem no final do ano mas foram antecipadas pela Assembleia Constituinte da Venezuela.

"Reiteram sua preocupação com o aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida na Venezuela, o que se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis, na perda de instituições democráticas, do estado de direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos", afirma também o comunicado do Grupo de Lima.

A nota ainda diz que o Grupo irá discutir apoio e cooperação para questões de imigração e saúde. Uma reunião sobre imigração e refúgio de venezuelanos deve ser realizada no Peru em julho.

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