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26/01/2018 12:20:00
Cientistas adiantam 'Relógio do Juízo Final': faltam 2 minutos para a meia-noite
Relógio, metáfora que mostra o quanto estamos próximos de destruir o planeta, foi adiantado em meio minuto do ano passado para cá -voltando ao mesmo nível do auge da Guerra Fria.

G1/PCS

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Relógio do Juízo Final é adiantado nesta quinta-feira (Foto: Carolyn Kaster/AP)

O Relógio do Juízo Final, uma metáfora que mostra o quanto a humanidade está próxima de destruir o planeta, foi adiantado em meio minuto nesta quinta-feira (25), segundo o Boletim de Cientistas Atômicos.

Agora, o relógio marca 2 minutos para a "meia-noite" -mesmo horário que marcava em 1953, no auge da guerra fria, quando EUA e Rússia testavam bombas termonucleares.

Rachel Bronson, presidente do Boletim de Cientistas Atômicos, disse que o adiantamento em relação a janeiro do ano passado se deve à preocupação crescente com a questão nuclear de Coreia do Norte, Índia, Paquistão, com as tensões no Mar do Sul da China e à "incerteza" sobre como o governo americano irá lidar com esses temas -"expressa em declarações e tuítes"

Esta é a segunda vez que o relógio foi adiantado desde a eleição do republicano Donald Trump para a presidência americana em 2016.

Corrida armamentista

O comitê, baseado em Chicago, explicou que o último ano foi "perigoso e caótico", em que muitos riscos previstos no relatório anterior se realizaram.

O texto afirma que os mais importantes atores nucleares estão à beira de uma nova corrida armamentista, que deve ser muito cara e pode aumentar o risco de "acidentes e erros de percepção" provocarem uma guerra nuclear. Ele critica o que chama de "retórica hiperbólica e ações provocativas" de EUA e Coreia do Norte.

Soluções

O texto apela para que os líderes mundiais se esforcem para se comprometer com um caminho que leve à "saúde e segurança" do planeta e afirma que, até agora, as respostas deles aos riscos de guerra nuclear foram "pobres". Também sugere que Trump refreie sua retórica com a Coreia do Norte.

A diplomacia da administração Trump foi criticada: "A diplomacia internacional foi reduzida a ofensas, gerando um senso surrealista de irrealidade que torna a situação de segurança do mundo ainda mais ameaçadora".

Criado em 1947

O Relógio do Juízo Final foi criado em 1947, por cientistas que ajudaram os EUA a criar suas primeiras armas atômicas. Hoje, inclui 15 laureados com o Prêmio Nobel. Ao estrear, marcava 7 minutos para a meia-noite.

Ele sempre focou sua preocupação na questão nuclear, mas, a partir de 2007, os problemas do aquecimento global e das tecnologias emergentes também passaram a ser considerados.

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