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21/11/2018 09:37:00
EUA manterá 'firme' sua relação Arábia Saudita apesar da morte de jornalista, diz Trump

G/LD

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O presidente americano Donald Trump disse nesta terça-feira (20) que o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi por agentes sauditas não atrapalhará a firme relação entre Washington e Riad, inclusive se o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman for apontado como o responsável.

"Pode ser que o príncipe herdeiro tenha conhecimento deste trágico acontecimento, talvez ele tenha ou talvez não tenha", disse Trump em um comunicado. "Pode ser que a gente nunca fique sabendo sobre todos os fatos que cercam o assassinato de Khashoggi", acrescentou, de acordo com a France Press.

Trump indicou ainda que não tinha intenção de cancelar contratos militares com Riad, dizendo que "se cancelarmos esses contratos, a Rússia e a China seriam os grandes beneficiários".

No sábado, o presidente classificou como "muito prematura, mas possível" uma suposta avaliação da CIA culpando o príncipe saudita pela morte. Questionado sobre o assunto durante visita à Califórnia, ele disse que "eles ainda não concluíram nada, é muito cedo. Aquela foi uma informação muito prematura. Mas isso é possível, vamos ver."

Na ocasião, Trump disse que receberia um relatório na terça, mas não ficou claro quem estava produzindo tal documento. Segundo ele, o relatório iria explicar quem o governo dos EUA acredita que matou Khashoggi e qual foi o impacto geral de seu assassinato. "Seremos muito duros com muitas pessoas", disse.

Morte

Khashoggi, jornalista saudita crítico do governo de Riad foi morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no início de outubro. Na última sexta, o jornal "The Washington Post", com o qual o saudita colaborava, publicou que a CIA concluiu que ele foi morto por ordem de bin Salman.

Segundo a Arábia Saudita, a morte de Khashoggi, que teria se envolvido em uma briga dentro do consulado, foi um "erro sério" e o príncipe Mohammed bin Salman não sabia da operação.

Corpo ainda não foi encontrado

Mais de um mês depois da morte do jornalista, a Turquia tenta manter pressão sobre a Arábia Saudita, para que esclareça o caso. Há alguns dias, o governo turco compartilhou com outros países uma gravação de áudio que mostraria como Khashoggi foi interrogado, agredido e morto no consulado.

O governo turco diz que um grupo de 15 pessoas está envolvido na morte de Khashoggi, que foi desmembrado. Seus restos mortais ainda não foram encontrados.

No domingo, o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, disse que os responsáveis podem ter saído da Turquia com as partes do corpo de Khashoggi.

"Uma possibilidade é que eles tenham deixado o país de três a quatro horas após o assassinato. Eles podem ter levado o cadáver desmembrado de Khashoggi dentro da bagagem sem enfrentar problemas devido à imunidade diplomática", disse Akar, citado pela CNN.

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