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Mundo
25/07/2017 14:41:00
Hospital diz que Charlie Gard não pode ser levado para casa

O Globo/LD

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O hospital infantil Great Ormond Street, onde o pequeno Charlie Gard está internado, informou à Alta Corte de Londres que o bebê não pode ser levado para a residência da família para passar seus últimos momentos, pois o equipamento de ventilação que o mantém vivo só pode ser fornecido no ambiente hospitalar. Os pais, Connie Yates e Chris Gard, desistiram na segunda-feira de um tratamento experimental, mas neste terça, lutam para levar o menino para casa.

“O plano para os cuidados finais deve ser seguro, poupar Charlie de toda a dor e proteger a sua dignidade. Ao mesmo tempo, deve honrar os desejos dos pais sobre dois assuntos em particular: o local e a hora da passagem”, afirmaram os advogados do hospital, em documento enviado à corte.

De acordo com os advogados, o equipamento de ventilação invasiva necessário para manter Charlie vivo está disponível apenas no ambiente hospitalar. Entre outros problemas práticos, o equipamento não passa pelas portas da casa da família.

“Charlie é uma criança que requer tratamento altamente especializado. Seu cuidado não pode ser simplificado”, dizem os advogados. “Ele deve ser fornecido num formato especializado, por especialistas”.

O último desejo dos pais é que o pequeno Charlie, que completaria seu primeiro aniversário no próximo dia 4, possa morrer em casa. Ele sofre da rara síndrome de depleção do DNA mitocondrial relacionada ao gene RRM2B, e não tem mais chances de recuperação. Os pais lutaram nos últimos meses por uma liberação da Justiça para levar o menino para um tratamento experimental nos EUA, mas desistiram nesta segunda-feira.

Num vídeo divulgado no início do mês, Chris e Connie expressaram o desejo de levar Charlie para casa, mesmo que seja para morrer. “Nosso desejo final, se tudo acontecer contra a gente, é levar o nosso pequeno menino para morrer em casa”.

— Nós queremos dar um banho nele em casa, colocá-lo numa cama que ele nunca dormiu, mas estamos sendo negados a isso — disse Chris, no vídeo. — Nós sabemos qual vai ser o dia que o nosso filho vai morrer, mas não nos digam como isso vai acontecer.

— Nós prometemos ao nosso pequeno menino todos os dias que nós vamos levá-lo para casa — completou Connie.

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