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Mundo
07/08/2018 10:17:00
Incêndio que atinge a Califórnia já é considerado o maior de sua história

O Globo/LD

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Dois grandes incêndios florestais se encontraram nesta segunda-feira e se transformaram na maior queimada da história do estado da Califórnia. Somados, os dois incêndios já devastaram uma área quase equivalente à da cidade de Los Angeles. Ao menos 14 mil bombeiros combatem 16 focos no estado, que no total já consumiram 2.370 quilômetros quadrados. O progonóstico é negativo para o restante da temporada de incêndios, que termina em dezembro.

Os incêndios River e Ranch, que as autoridades denominam como Mendocino Complex, já arrasaram 114.850 hectares e só estão contidos em 30%, segundo a agência Calfire. O incêndio River está 58% controlado, mas o Ranch (21%) avança para o Norte e o Sul com violência, superando barreiras naturais e aquelas construídas pelas autoridades, inclusive durante a madrugada, quando geralmente perde força.

Apesar da área devastada, seu poder de destruição é menor do que o Carr, também no Norte, que consumiu 660 quilômetros quadrados, matou sete pessoas e destruiu 1,6 mil prédios, incluindo mil residências. O Carr teve origem em uma "falha mecânica de um veículo" e é considerado o sexto incêndio mais destrutivo da história da Califórnia. No momento está 45% controlado. A última vítima do Carr foi um trabalhador que morreu no domingo, enquanto reparava uma linha elétrica em uma área remota do condado de Shasta.

Ainda há outro grande incêndio, chamado de Ferguson, que levou ao fechamento do parque turístico Yosemite, e está 38% sob controle.

"São extremamente rápidos, extremamente agressivos, extremamente perigosos", disse o porta-voz dos bombeiros ao jornal "Los Angeles Times". "Vejam como avançou em apenas alguns dias. Olhem como o Mendocino Complex cresceu rápido, é algo incomum".

Até o momento, o maior incêndio em área da história da Califórnia era o Thomas, que em dezembro de 2017 destruiu 1.140 quilômetros quadrados, quase a área de Los Angeles (1.300 quilômetros quadrados).

"Um sistema de alta pressão trouxe um clima mais quente, seco, e fortes ventos à região", explicou o Calfire em seu último boletim nesta segunda-feira. "As equipes de bombeiros tentarão aproveitar a queda da temperatura nesta noite para aumentar o combate e manter as atuais linhas de contenção".

Os bombeiros combatem as chamas contando com o apoio de helicópteros e aviões, incluindo dois gigantescos DC-10 e um 747 que lançam água sobre as chamas. O objetivo deles é proteger as comunidades ameaçadas, que foram esvaziadas: 9,3 mil prédios estão sob risco e 75 residências já foram destruídas.

Para esta semana o prognóstico do clima não é nada alentador: muito calor e pouca umidade, o que contribui para a expansão das chamas.

O Pentágono anunciou que enviará 200 soldados para ajudar os bombeiros no combate aos incêndios, que já atingem terras federais. O governo americano já enviou quatro aviões de carga adaptados com tanques.

O presidente Donald Trump atribuiu a destruição causada pelas chamas às "más leis ambientais", sem mencionar as vítimas.

"Os incêndios na Califórnia estão sendo maximizados pelas más leis ambientais, que não permitem a utilização adequada das grandes quantidades de água facilmente disponíveis", disse Trump em um post no Twitter no domingo.

O presidente recebeu críticas em todo o mundo no ano passado quando retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.

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