G1/PCS
ImprimirA Justiça determinou a internação da adolescente de 17 anos que jogou o filho recém-nascido em um córrego em Miracatu, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. A jovem ficará na Fundação Casa e responderá pelo homicídio e ocultação do cadáver do bebê, que foi encontrado morto dentro de um saco plástico. O tio e o tio-avô dela foram presos por serem cúmplices.
O crime ocorreu na quarta-feira (13). Segundo informações da polícia, a jovem estava grávida de nove meses, mas tentava esconder a gestação de familiares e amigos próximos. Após o nascimento, ainda durante a madrugada, ela colocou o filho em uma sacola plástica, jogou o bebê no córrego e voltou para casa.
O caso foi descoberto pela polícia depois que a adolescente foi encontrada em casa desacordada e com uma forte hemorragia. No hospital, os médicos identificaram que ela havia acabado de dar à luz e a Polícia Militar foi acionada. Para os soldados, a adolescente confessou que jogou o filho no córrego.
A Polícia Civil informou que a jovem recebeu alta do hospital onde permaneceu sob custódia desde o ocorrido, na sexta-feira (15), e que a Justiça manteve a apreensão. Ela foi levada a Juquiá, na mesma região, e deverá ser encaminhada para internação na Fundação Casa, para responder pelo homicídio e ocultação de cadáver.
A polícia também informou que o exame preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indicou que a criança nasceu viva, mas morreu de asfixia. No entanto, ainda não se sabe se a asfixia foi ocasionada pelo saco plástico. As circunstâncias do óbito ainda são alvo de outro exame, cujo laudo final ainda não foi concluído.
Para os investigadores, testemunhas disseram que o avô da jovem a ajudou a jogar a criança no rio, próximo à residência dela, enquanto que o tio-avô permaneceu observando toda a ação sem fazer nada. Por isso, ambos foram presos preventivamente, também indiciados por homicídio e ocultação de cadáver.
Na audiência de custódia, realizada na quinta-feira (14), o tio-avô da adolescente foi liberado para responder aos crimes em liberdade. O avô permaneceu preso, segundo informações oficiais. Por se tratar de uma ocorrência envolvendo menor, a polícia não divulgou a identidade dos dois idosos.
Segundo filho
Ainda segundo o apurado pelos investigadores, familiares desconfiavam da gravidez, apesar da adolescente não admitir. Ela já tem um filho de pouco mais de um ano e alegou, inicialmente, que sofreu um aborto. A polícia, agora, aguarda um laudo que possa atestar a real circunstância da morte do recém-nascido.
A mãe da adolescente é falecida e o pai não foi localizado para depoimento na Delegacia Sede da cidade, conforme o apurado pelo G1. O pai dos filhos da adolescente ainda é desconhecido e passa a ser alvo de investigação da Polícia Civil, que não soube informar se ela mantinha algum tipo de relacionamento.