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ImprimirA Academia da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul foi denunciada ao Ministério Público por manter aulas presenciais em meio a pandemia da Covid-19, mesmo com um dos alunos diagnosticado com o coronavírus.
Na semana do dia 20 de julho as aulas presenciais foram retomadas. De segunda-feira passada (3), até a última sexta-feira (7), todos os alunos permaneceram em aula das 7h às 19h, compartilhando alojamento, armamentos e estruturas.
Uma familiar de um dos alunos abriu uma Notícia de Fato (NF) - uma acusação que inicia um processo, feita pelo representante do Ministério Público em ação penal pública – no dia 25 de junho.
A denúncia alega que a NF está sendo tratada com negligência, e pede para que as aulas sejam suspensas.
Dos 53 cadetes, 7 foram contaminados e 32 estão com suspeitas. Todos foram liberados para recesso de 15 dias na sexta-feira, quando a maioria voltou para casa onde possuem familiares.
“Os alunos continuavam frequentando a estrutura da Academia, isto é, comparecendo fisicamente, mas assistindo à aula cada em seu notebook. Adotando, assim, uma modalidade tele-presencial, comparecendo na OPM única e exclusivamente para assistir à aula em seu notebook”, relata a denúncia encaminhada ao Ministério Público.
Os próprios alunos se organizaram, por meio de um aplicativo de mensagens, para enviar uma lista com a quantidade e identificação dos cadetes infectados junto à denúncia.
Até a segunda-feira (10), a maioria da turma apresentava sintomas da Covid-19. Há relatos de alunos que moram com crianças, de que elas teriam apresentado resistência ao se alimentar, sem sentir o gosto da comida, um dos sintomas do coronavírus.
O retorno foi justificado pela Academia como necessidade para que os cadetes se familiarizassem com o cotidiano da Polícia Militar. Até o momento não houve pronunciamento do comando da academia.