Os quatro casos confirmados de febre amarela este ano no Estado do Rio ocorreram em Teresópolis e Valença, cidades que não tinham aparecido no mapa da doença do ano passado. Em 2017, 27 pessoas contraíram o vírus, sendo que nove morreram. O município mais afetado foi Casimiro de Abreu com sete casos. Foi lá que em março aconteceu a primeira morte no estado, a do pedreiro Watila Santos, de 38 anos, que morava numa área rural.

A morte levou pânico à cidade. A Reserva Biológica de Poço das Antas, que fica na divisa do município e é uma das mais importantes do país por ser habitat dos ameaçados micos-leões-dourados, chegou a ser fechada porque um macaco bugio foi encontrado morto perto do local. Com os primeiros casos, a cidade fez uma grande campanha de vacinação e conseguiu imunizar nos primeiros dias 80% da população.

A cerca de 20 quilômetros de Poço das Antas, a Reserva Biológica União — que abrange os municípios de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Macaé — também restringiu o acesso: apenas funcionários e pesquisadores que comprovassem ter a vacina contra a febre amarela tinham autorização para entrar. Lá, outro bugio foi encontrado morto.

A situação também se agravou em Macaé, cidade vizinha a Casimiro, onde cinco pessoas tiveram a doença e duas delas morreram.

Nenhum caso da febre foi registrado na capital, onde houve uma corrida aos postos a exemplo do que está acontecendo agora. As unidades de saúde também fizeram distribuição de senhas. O caso mais próximo do Rio foi em Niterói, mas a doença foi contraída em Maricá, onde também houve uma morte. O mesmo aconteceu em São Gonçalo com um paciente que foi contaminado em Maricá.

Diante do número de casos, em março do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que todos os viajantes internacionais que viessem para áreas rurais do Estado do Rio tomassem vacina contra a febre amarela.