Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Polícia
02/10/2018 15:45:00
Justiça nega pedido de prisão domiciliar a Danúbia, mulher de Nem da Rocinha

EXTRA/LD

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Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, teve mais uma vez o pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça do Rio de Janeiro. Presa desde outubro de 2017, a "Xerifa da Rocinha" como era conhecida na comunidade, foi condenada a 17 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado. Na tentativa de ganhar o benefício, a defesa de Danúbia alegou que ela tem uma filha menor de idade e que a criança precisaria viver com ela.

A Justiça, porém, entendeu que mesmo antes de ser presa, a criança já vivia com a avó, já que Danúbia, segundo o processo, estava muito ocupada chefiando uma organização criminosa na Rocinha, junto com seu marido.

Na decisão proferida pelo desembargador Antônio Eduardo Duarte, da 4ª Vara Criminal, e publicada primeiro no jornal O Dia, ele escreve que "Danúbia participava ativamente da associação criminosa, de acordo com a transcrição das interceptações, seja repassando as ordens recebidas de seu marido Antônio Bonfim, vulgo “Nem”, seja dando pessoalmente ordens aos integrantes do grupo criminoso na qualidade de 'primeira-dama'".

Em março deste ano, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Justiça do Rio examinasse um pedido de prisão domiciliar de Danúbia, já que ela é mãe de uma criança menor de 12 anos.

Segundo decisão do desembargador, "conferir credibilidade às palavras da mãe, não significa dar guarida aos argumentos apresentados, como único meio de prova bastante para se comprovar a situação de dependência física, psíquica ou emocional existente entre ela e a filha". E concluiu: "O fato de que a aplicação da prisão domiciliar a embargante trará consequências nefastas na vida de sua filha, já que terá que conviver no local onde se praticam os crimes".

"Xerifa" estudante

Em agosto deste ano, Danúbia voltou a estudar e por isso retornou para a Penitenciária Nélson Hungria, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde cumpre pena atualmente. Ela está tentando completar o Ensino Médio, mas não foi divulgado o ano em que está matriculada.

Em abril, ela havia sido transferida para a Penitenciária Talavera Bruce, também no Complexo de Gericinó. No entanto, ela não conseguiu vaga para trabalhar na unidade e solicitou o retorno o presídio de origem.

Entre janeiro e fevereiro de 2018, quando esteve presa pela primeira vez no Nélson Hungria, Danúbia trabalhou na escola da unidade como auxiliar de serviços gerais.

Danúbia foi condenada por crime contra a administração pública, associação para o tráfico e corrupção ativa.

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