Domingo, 13 de Julho de 2025
Polícia
13/07/2025 07:22:00
Mãe de criança vítima de estupro é escoltada pela polícia após protesto em Camapuã
Medida serviu para evitar confrontos e garantir a segurança dos moradores, alegou polícia

CE/PCS

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Bebê morreu no hospital de Camapuã (MS) e pai foi preso. Polícia investiga abuso.

Por questões de segurança, a Polícia Militar de Camapuã, no interior do estado, escoltou até o quartel da corporação, a mãe da pequena Isis Ojeda da Silva, criança de 1 ano e 9 meses brutalmente assassinada no último dia 9, após protestos em frente ao suposto endereço que ela estava, medida tomada diante da forte comoção e revolta popular que acredita em omissão por parte da mãe no caso.

A manifestação teve início na tarde de sexta-feira, em frente a uma residência na Rua Tocantins, no bairro Vila Industrial, protesto que mobilizou dezenas de pessoas, principalmente mulheres, que exigiam justiça pela morte da menina, vítima de estupro.

Conforme o portal Navega MS, os manifestantes apontaram a casa como possível local onde a mãe da criança estaria, embora a informação não tivesse sido confirmada oficialmente até então. A polícia foi acionada para evitar confrontos e garantir a segurança dos moradores, e o ato foi encerrado pacificamente após mais de quatro horas.

De acordo com o boletim de ocorrência, a criança foi levada já sem vida ao hospital, e exames revelaram lesões compatíveis com abuso sexual. A mãe, em depoimento à polícia, afirmou que havia trocado a fralda da filha pela manhã, mas não percebeu sinais de violência.

A Polícia Civil investiga a possibilidade de omissão por parte da mãe, mas até o momento não há elementos que indiquem sua participação direta no crime. Ela não foi presa e o caso segue em apuração. O caso de Isis é investigado pela Polícia Civil e foi registrado como estupro de vulnerável com resultado morte, após o pai da menina, Igor Silva de Souza, de 28 anos, confessar que estuprou o bebê que havia acabado de voltar do hospital.

Foto: Via WhatsApp

Em nota, a prefeitura de Camapuã, afirmou que o Conselho Tutelar da cidade foi notificado sobre o caso de negligência com a criança apenas dois dias antes de sua morte e que não houve tempo para agir.

Na nota, o município, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, informou que recebeu um ofício do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) na segunda-feira, contando sobre o estado da menina ao dar entrada na unidade.

“No dia 7 de julho, o Conselho Tutelar recebeu um ofício da unidade hospitalar de Campo Grande-MS, onde a criança se encontrava internada, apontando indícios de negligência. No entanto, àquela altura, não havia previsão de alta médica que possibilitasse uma intervenção imediata por parte da rede local”, afirmou, em nota.

De acordo com o Humap, quando a criança deu entrada na unidade, no dia 28 de junho, foram constatados alguns sinais de negligência na pequena, que estava em tratamento respiratório e tinha uma traqueostomia, onde foram encontradas larvas e piolhos. Isis também estava com pneumonia quando deu entrada na unidade para tratamento de uma infecção.

“[A criança] recebeu os cuidados necessários, foi submetida a cirurgia para retirada das larvas e troca da cânula, evoluiu bem e recebeu alta. Diante da situação de vulnerabilidade familiar observada durante a internação, o hospital comunicou os órgãos competentes para as devidas providências”, explicou, em nota.

Porém, o Conselho Tutelar afirmou que a alta foi concedida um dia antes da morte da menina, na terça-feira, e que a família só chegou à cidade por volta das 21h daquele dia.

“Lamentavelmente, [Isis] veio a óbito na manhã seguinte, por volta das 9h. Desde o primeiro momento em que a situação foi formalmente comunicada à rede de proteção, todas as providências cabíveis, dentro das competências legais do município, foram adotadas com responsabilidade, agilidade e sensibilidade”, trouxe trecho da nota.

Porém, como mostrou matéria do Correio do Estado publicada nesta sexta-feira, a polícia investiga também os fatos que ocorreram antes da morte da menina, como o caso de negligência de Isis e possíveis maus-tratos.

“Estamos fazendo contato com todos os hospitais pelos quais ela passou por atendimento e vamos detalhar na investigação todos os crimes que a menina sofreu, como maus-tratos, abandono, entre outros”, disse o delegado Matheus Alves Vital ao Correio do Estado.

Colaborou Daiany Albuquerque

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